Há diversas formas engenhosas que podem ser utilizadas para causar a morte de alguém, e uma delas é por meio de um chá envenenado. Essa técnica, que envolve disfarçar o veneno em uma bebida aparentemente inofensiva, já foi associada a crimes misteriosos ao longo da história.
Entre os métodos utilizados, destaca-se um artefato curioso e engenhoso conhecido como “bules assassinos”. Esses objetos, com aparência comum, possuem mecanismos internos que permitem servir tanto o chá quanto o veneno de forma seletiva.
Os “bules assassinos” funcionam de maneira surpreendentemente simples, apesar de sua engenhosidade. Eles contêm câmaras separadas para armazenar o chá e o veneno, além de orifícios externos que controlam o fluxo do líquido.
Quando um orifício é tampado, o bule serve o chá; ao tampar outro, o veneno é derramado. Esse mecanismo aproveita princípios básicos da física, como a pressão atmosférica e a tensão superficial.
A pressão atmosférica, por exemplo, impede que o líquido saia sem que a vedação seja rompida, enquanto a gravidade ajuda a manter o líquido parado no recipiente. A tensão superficial, por sua vez, cria uma barreira natural que impede o fluxo indesejado.
Embora seja difícil identificar quem criou esses bules pela primeira vez, há registros históricos que sugerem sua utilização na China durante a Dinastia Ming, especialmente para misturar venenos.
Também existem histórias que conectam esses objetos a mágicos, que os utilizavam para impressionar suas plateias com truques. Atualmente, réplicas ou exemplares originais podem ser encontrados em sites de leilões, sendo itens cobiçados por colecionadores de antiguidades. Entre os boatos históricos envolvendo os bules assassinos, destaca-se uma narrativa associada à morte do presidente americano James A. Garfield, em 1881.
Os “bules assassinos” dividem os líquidos em duas câmaras. (Fonte: Etsy / Reprodução)
Apesar de ele ter sido alvejado por tiros disparados por Charles Guiteau, um detalhe curioso chama a atenção: especula-se que Guiteau teria adquirido um pequeno bule de chá antes do crime, levantando teorias sobre sua intenção de usar veneno.
Embora a história permaneça envolta em mistério, esses artefatos, além de sua função mortal, também são reconhecidos por sua estética, sendo considerados peças de valor histórico e artístico.
