Com a proclamação do estado de emergência zoossanitária em São Paulo, divulgada no dia de terça-feira (15), o Brasil amplia para nove o número de estados em estado de emergência devido à gripe aviária.
O decreto emitido em São Paulo, fundamentado “devido à constatação da presença do vírus da influenza aviária H5N1 de alta patogenicidade em aves selvagens no território brasileiro”, será efetivo durante 180 dias.
Na comunicação oficial, as autoridades do estado de São Paulo fazem um alerta enfatizando que aves doentes ou falecidas não devem ser manuseadas sem a devida utilização de equipamentos de proteção individual.
Se houver qualquer suspeita da presença da doença, é imperativo entrar em contato imediatamente com a Defesa Agropecuária. A situação de emergência foi também oficializada nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia, Sergipe e Paraná.
Até o presente momento, já foram verificados 79 registros confirmados da gripe aviária no Brasil, englobando dois casos oriundos da criação de aves em ambiente doméstico. Dentro dessa estatística, 13 ocorreram no estado de São Paulo. Esses casos estão principalmente concentrados nas regiões Sul e Sudeste do país.
No mês de maio deste ano, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) declarou estado de emergência em todo o território nacional. Nesse contexto, o ministério exortou os governos estaduais a seguirem essa medida.
De acordo com informações do MAPA, o Brasil ocupa a posição de destaque global nas exportações de carne de frango, representando cerca de 35% do mercado global. No entanto, mesmo diante dessa realidade expressiva: “é um dos únicos países que ainda se mantém com o status de livre da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (Gripe Aviária) em aves comerciais”.
Transmissão para seres humanos
A disseminação ocorre através da interação com secreções, sangue, excrementos e até mesmo com o tecido da ave que está infectada, segundo os estudos clínicos feitos até hoje.
Vale ressaltar que considerando os registros passados de infecções em seres humanos, a propensão é que as pessoas se tornem contaminadas ao manusear diretamente o animal portador do vírus, muitas vezes como parte do processo de preparação para o consumo próprio.
No entanto, a propagação também pode ser facilitada por meio de partículas de aerossóis, originárias das fezes das aves doentes, as quais podem provocar a contaminação pelo ar.
O índice de letalidade da gripe aviária em seres humanos é de 50%. Vale ressaltar que a transmissão para seres humanos é considerada rara, mas já foi documentada pela medicina.