A decisão do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de se licenciar do cargo para permanecer nos Estados Unidos gerou forte reação entre apoiadores e opositores.
O parlamentar justificou a saída como parte de uma estratégia para pressionar o governo norte-americano a intervir em questões políticas e jurídicas do Brasil, especificamente contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Ele também afirmou que pretende atuar para garantir a anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro e evitar o avanço das investigações sobre seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A notícia causou inquietação entre aliados do bolsonarismo, que enxergam o cenário como um reflexo do que classificam como “perseguição política”.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos principais nomes da base bolsonarista, demonstrou preocupação e afirmou que o Brasil vive um período de “tirania”, reforçando a narrativa de que a oposição a Bolsonaro está sendo alvo de arbitrariedades.
Em suas redes sociais, declarou que previa essa situação e que a perda da eleição presidencial de 2022 traria consequências drásticas para seus aliados. Enquanto os apoiadores intensificam discursos contra o STF e o governo Lula.
Parlamentares e figuras públicas contrárias ao bolsonarismo apontam que sua atuação nos Estados Unidos pode configurar interferência indevida em assuntos nacionais e até mesmo um esforço para desestabilizar o país.
A oposição vê a saída de Eduardo Bolsonaro como uma tentativa de fuga e um movimento conspiratório contra a democracia brasileira.O deputado agora enfrenta uma ação na Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicita a apreensão de seu passaporte.
O pedido baseia-se na suspeita de que Eduardo Bolsonaro esteja conspirando contra as instituições brasileiras, articulando medidas para enfraquecer o governo e obstruir as investigações sobre os atos golpistas.
Além disso, sua proximidade com setores da extrema-direita norte-americana tem levantado preocupações sobre a possibilidade de pressões internacionais que afetem as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.
No centro dessa movimentação, está a tentativa de evitar que Jair Bolsonaro enfrente punições no Brasil. Eduardo Bolsonaro aposta na imposição de sanções norte-americanas contra o governo brasileiro como uma maneira de minar a gestão de Lula e preparar o terreno para um possível retorno do ex-presidente ao poder.
Entretanto, sua decisão de se afastar do cargo pode ser vista como um sinal de enfraquecimento político, tanto internamente quanto no cenário internacional. A saída do deputado levanta questionamentos sobre o futuro da direita brasileira e as estratégias do bolsonarismo diante das investigações em andamento.
Enquanto seus aliados reforçam o discurso de resistência e perseguição, a oposição vê a decisão como um movimento desesperado para evitar responsabilizações legais. O desdobramento desse cenário pode ter impactos significativos nas próximas eleições e na configuração política do país.