Em sessão da Câmara, no Dia Internacional das Mulheres, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) protagonizou uma cena quase inacreditável ao pedir a palavra.
Com uma peruca, o deputado fez discurso apontado como transfóbico e misógino. As declarações causaram mal-estar e em pedidos de cassação do mandato. Além disso, o presidente da Câmara, Arthur Lira, repreendeu o parlamentar.
O discurso, não apenas apontado como transfóbico, foi criticado também pelo tom misógino. Ferreira, que já responde ação por transfobia, orientou que mulheres “retomem sua feminilidade, tenham filhos, amem a maternidade, formem sua família”.
Em resposta ao deputado, Lira (PP-AL) declarou que o Plenário “não é palco para exibicionismo e muito menos discursos preconceituosos. Não admitirei o desrespeito contra ninguém“.
Na mesma sessão, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que é uma mulher trans, também discursou. A parlamentar saiu em defesa das mulheres e do direito de representação política para todos os grupos sociais.
Hilton afirmou que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de Notícia-Crime contra Ferreira. Além dela, a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) também se manifestou e afirmou que junto a bancada de seu partido vai entrar com pedido de cassação do mandato de Nikolas.
Em fevereiro deste ano, Nikolas já havia sido denunciado por transfobia. A denúncia foi sobre um episódio de dezembro de 2020, quando Ferreira se referiu à Duda Salabert (PDT-MG) com pronomes masculinos. Na ocasião, ambos eram vereadores da cidade de Belo Horizonte, em Minas. Duda é mulher trans.
