Carla Zambelli se encontra em uma situação bastante delicada, especialmente depois que anunciou sua fuga do Brasil. A deputada federal (PL) foi condenada a 10 anos de prisão, depois de pagar a um hacker para invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Apesar da condenação, Zambelli tem direito a ampla defesa e pode recorrer da decisão. Sua condição de deputada, inclusive, era um impedimento a um mandado de prisão. No entanto, a situação mudou quando Zambelli decidiu fugir do país e, consequentemente, da Justiça.
Quando anunciou que estava fora do país, Zambelli se valeu do mesmo discurso usado por Eduardo Bolsonaro – que esta morando nos EUA, alegando estar em um ato político contra uma suposta ditadura no Brasil.
Zambelli, que tem cidadania italiana, anunciou o plano de viajar ao país europeu e criar articulações para denunciar a suposta ditadura imposta pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O que a deputada provavelmente não esperava era o total afastamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele, que anteriormente já havia demostrado pouca aproximação com deputada, voltou a se afastar de Zambelli.
Nesta quinta-feira (05/0), Bolsonaro prestou depoimento à Polícia Federal, em Brasília, e falou com a imprensa na saída. O ex-presidente afirmou não ter qualquer relação com as ações da deputada.
“Não tenho nada a ver com a Carla Zambelli. Não botei dinheiro no Pix dela”, disse. Bolsonaro também afirmou que não conhece o processo e que esta acompanhando apenas pela imprensa.
Bolsonaro foi convocado a depor a respeito de dois inquéritos: um que investiga a atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA, suspeito de tentar articular ações do governo do país contra autoridades brasileiras. O inquérito atende denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República).
O outro inquérito é justamente a investigação contra Carla Zambelli, que é investigada por crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação que envolva organização criminosa.