Um novo fenômeno vem ganhando destaque nas redes sociais e dividindo opiniões: as chamadas “namoradas reborn”. Inspiradas na ideia dos bebês reborn — bonecos hiper-realistas que imitam recém-nascidos — essas novas criações vão muito além.
Com aparência de mulheres adultas, tamanho real e feições humanas surpreendentemente realistas, elas reproduzem expressões faciais, piscam, falam e reagem ao toque.
Vestidas com roupas sensuais, os vídeos dessas bonecas têm viralizado em plataformas como Instagram e TikTok, despertando tanto admiração quanto desconforto por parte do público.
Produzidas pela empresa americana RealDoll, pioneira no mercado desde 1996, as bonecas são feitas sob medida e oferecem um alto nível de personalização. Os materiais utilizados incluem silicone de grau médico, olhos de vidro, esqueleto interno de metal e genitália removível.
O comprador pode escolher entre dezenas de tipos de rostos e corpos, definindo desde o tom de pele até a presença de pelos corporais. Algumas versões custam até US$ 8.999, o equivalente a cerca de R$ 50 mil, enquanto os modelos masculinos, como o Nate 3.0, têm valor um pouco menor, partindo de US$ 7.999.
Um dos maiores atrativos está na inteligência artificial embutida. Através do sistema X-Mode, é possível configurar a personalidade da boneca, escolher preferências, timbre de voz e até senso de humor.
Com o uso contínuo, o software aprende gostos e hábitos do usuário, tornando as conversas mais naturais e adaptadas ao convívio.
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Os modelos mais sofisticados, como o SolanaX, contam com sensores táteis, movimentos de olhos, boca e sobrancelhas, além de controle via aplicativo Bluetooth, permitindo interações complexas com diferentes perfis de usuário.
Apesar do avanço tecnológico, o tema levanta debates sobre limites éticos, afetivos e sociais. Enquanto alguns veem as bonecas como alternativa à solidão, outros questionam os impactos que relações com figuras artificiais podem causar na percepção do afeto humano.