Crimes cometidos dentro do ambiente familiar costumam causar um tipo especial de comoção. Quando a violência parte de quem deveria compartilhar amor e proteção, o choque é inevitável.
Foi o que aconteceu em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, onde um adolescente de 14 anos tirou a vida dos próprios pais e do irmão de apenas três anos. Um novo elemento veio à tona, tornando o caso ainda mais estarrecedor: a namorada virtual do jovem acompanhou tudo em tempo real por uma ligação de celular.
Segundo a Polícia Civil, a garota, que vive no estado de Mato Grosso, prestou depoimento por cerca de duas horas ao lado da mãe. Durante a conversa com os agentes, ela revelou que estava em contato com o menino durante toda a execução do crime.
O casal se conheceu ainda crianças, por meio de jogos online, e mantinha um relacionamento virtual há anos. O mais impressionante, segundo os policiais, foi a frieza com que a adolescente descreveu os acontecimentos.
As autoridades agora investigam se ela teve algum tipo de participação ativa, direta ou indireta, nos homicídios. Caso se comprove que ela influenciou ou incentivou o ato, poderá ser responsabilizada judicialmente.
O crime ocorreu enquanto as vítimas dormiam. O garoto usou a arma do pai para atirar na família e depois ocultou os corpos em uma cisterna. O motivo? Ele queria viajar até o Mato Grosso para encontrar a garota com quem conversava pela internet.
A polícia só foi acionada dias depois, quando a avó do menino, preocupada com o desaparecimento da família, levou o neto até a delegacia. Agora, o jovem responde por atos análogos a triplo homicídio e ocultação de cadáver.
Já a participação da garota segue sendo avaliada, em meio a depoimentos sob sigilo e investigações que prometem revelar ainda mais detalhes sobre esse episódio que abala a confiança nos próprios lares.