Em momentos de comoção internacional, espera-se das lideranças políticas demonstrações de respeito e empatia, especialmente quando se trata do falecimento de uma figura global como o Papa Francisco.
Sua morte, ocorrida recentemente, provocou luto em todo o mundo católico e mobilizou manifestações de pesar de diversos líderes e instituições. No entanto, declarações públicas destoantes desse sentimento coletivo acabam gerando polêmica e reações negativas, como aconteceu com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante entrevista concedida de dentro da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital DF Star, localizado em Brasília, na noite desta última segunda-feira (21), Bolsonaro foi questionado sobre o legado de Mario Jorge Bergoglio, o Papa Francisco.
Mostrando um comportamento bem mais leve do que a imagem sombria que havia divulgado nas redes sociais no dia anterior, o ex-presidente reagiu com desdém ao ser indagado sobre o assunto.
Rindo ao comentar, Bolsonaro afirmou lamentar a morte “como lamenta a morte de qualquer pessoa”, mas corrigiu-se, insinuando que nem todos mereceriam esse sentimento.
Em seguida, de maneira breve e sem sequer mencionar diretamente o nome do pontífice, Bolsonaro desejou que o Vaticano anuncie rapidamente a escolha de um novo papa, referindo-se ao tradicional sinal da fumaça branca.
“Eu lamento a morte, como lamento a morte de qualquer pessoa… qualquer pessoa não, né?”, disse rindo. “Grande parte das pessoas pelo Brasil afora ai”, reforçou o ex-presidente.
A resposta, dada com tom descontraído e risos, contrastou fortemente com a seriedade do momento e causou desconforto entre muitos que assistiam à entrevista.
“Lamento, como lamento a morte de qualquer outra pessoa”, diz Bolsonaro sobre a morte do Papa Francisco, em entrevista ao SBT, direto do hospital. pic.twitter.com/IFZmDKokvH
— Bruno Guzzo® (@BrunoGuzz0) April 21, 2025
Esse episódio reforça como manifestações públicas inadequadas em situações delicadas podem comprometer a imagem de lideranças políticas. Em contextos de grande luto, espera-se que o respeito às tradições e sentimentos religiosos da população seja priorizado.
A forma como figuras públicas lidam com essas situações pode refletir seu compromisso com valores como a empatia e o respeito, fundamentais para manter uma relação de confiança e credibilidade com a sociedade.