Um caso impressionante ocorrido em Zagreb, capital da Croácia, chocou o mundo ao evidenciar de forma extrema o isolamento urbano e a negligência social. Vale ressaltar que este cenário de isolamento é cada vez mais comum.
Em maio de 2008, o corpo mumificado de Hedviga Golik, uma enfermeira nascida em 1924, foi encontrado em seu pequeno apartamento de 18 metros quadrados, localizado no sótão de um prédio de quatro andares no bairro de Medveščak.
As autoridades estimaram que a morte havia ocorrido 42 anos antes, ou seja, por volta de 1966. Hedviga vivia de forma extremamente reclusa, mantendo hábitos considerados excêntricos.
Evitava qualquer tipo de interação direta e usava métodos inusitados para se comunicar com os vizinhos mais solícitos, como amarrar um balde em uma corda e descer suas listas de compras pela janela.
Essa vida reservada, somada ao afastamento dos moradores do prédio, fez com que seu desaparecimento não fosse investigado à época. Após décadas sem qualquer sinal de vida e com o imóvel inacessível, representantes do edifício decidiram forçar a entrada para realizar reformas.
Ao arrombarem a porta, se depararam com uma cena perturbadora: Hedviga estava deitada na cama, coberta por cobertores, ao lado de uma xícara de chá e com a televisão ainda ligada.
O local estava repleto de teias de aranha e praticamente intacto desde a década de 1960. A autópsia não conseguiu determinar a causa da morte, mas indicou que ela teria ocorrido durante uma estação fria, o que favoreceu a mumificação natural do corpo.
A descoberta gerou ampla repercussão internacional. Além da crítica direta à omissão de vizinhos e autoridades, jornais como o The Guardian e o New York Times destacaram o episódio como reflexo da solidão nas grandes cidades.
Um dado curioso revelado pelo Daily Telegraph apontou que, até 2005, as contas do apartamento vinham sendo pagas pelo arquiteto do edifício, falecido naquele ano, o que ajudou a manter a ilusão de que o imóvel seguia habitado.
O caso de Hedviga tornou-se símbolo extremo do abandono humano em meio à urbanização moderna. O caso chocante voltou a viralizar nos últimos dias e vem chamando bastante atenção.