A violência doméstica é um dos maiores problemas sociais do Brasil, com milhares de mulheres sofrendo abusos de seus companheiros a cada ano. Em muitos casos, como o de Raísa Martins dos Santos, esses abusos terminam de maneira trágica e brutal.
Antes de ser assassinada pelo ex-marido, Raísa fez uma revelação revoltante a uma amiga, onde relatou a humilhação e o controle psicológico a que era submetida. Ela contou que o ex a tratava com crueldade, dizendo que “cortou a aliança, picou no alicate e jogou na minha cara”.
Essas palavras não deixam de ser um pedido de socorro de uma mulher que, como tantas outras, vivia uma relação marcada pelo abuso emocional e físico. Raísa, de 29 anos, havia se separado recentemente de Rafael dos Santos, após um casamento de quatro anos.
Durante a separação, ela revelou em uma conversa com uma amiga que o ex-marido a humilhava constantemente, acusando-a de não ser submissa o suficiente para ele. Mesmo com o sofrimento evidente, Raísa se mostrava determinada a seguir em frente, afirmando: “Não preciso disso”.
Ela até havia conseguido um segundo emprego para quitar as dívidas acumuladas após a separação. No entanto, o desfecho seria ainda mais trágico do que ela imaginava.
O desaparecimento de Raísa, que ocorreu na segunda, dia 21 de abril, levantou a preocupação de sua família, que sabia de sua rotina regrada e responsabilidade.
Após tentar entrar em contato com ela sem sucesso, a família registrou um boletim de ocorrência. A polícia iniciou a investigação e logo suspeitou do ex-marido. Durante o depoimento, Rafael confessou o feminicídio e revelou onde havia escondido o corpo de Raísa, dentro de um carro no meio de um canavial.
Ele também admitiu ter enviado mensagens falsas com o celular da vítima, simulando que ela ainda estava viva. Esse caso revela, mais uma vez, a tragédia do feminicídio, onde o controle e a posse de um homem sobre uma mulher acabam resultando em um assassinato brutal.
Raísa se tornou mais uma vítima de um sistema que ainda falha em proteger as mulheres contra a violência dentro de seus próprios lares.