Um grave episódio de discriminação racial agitou um estabelecimento comercial na capital baiana no último sábado, quando três funcionárias de uma loja da rede Petz, localizada na Avenida Luís Viana Filho, foram alvo de ofensas raciais e ameaças. O incidente, que foi registrado em vídeo, resultou em uma investigação policial e na demissão da agressora de seu cargo em uma conhecida rede hospitalar.
Durante o confronto, a cliente, identificada como Camilla Ferraz Barros, que ocupava o cargo de gerente de operações no Hospital Mater Dei, direcionou uma série de ofensas discriminatórias à gerente do estabelecimento, incluindo termos depreciativos relacionados à sua raça e posicionamento político. A situação escalou quando a agressora, que se apresentou como juíza, tentou impedir o registro em vídeo do ocorrido.
Expor a cara dessa vac@ racista que distratou a funcionária da Petz da Av, em Salvador pic.twitter.com/W3llvBaOG2
— Airoso (@Wagner_hilton) January 5, 2025
O caso ganhou maior repercussão após a divulgação das imagens, nas quais é possível observar o momento em que a cliente admite estar exaltada, mas prossegue com comportamento agressivo e ameaçador contra as funcionárias do estabelecimento. As vítimas, que incluem duas funcionárias além da gerente, formalizaram a denúncia junto à Polícia Civil.
Em contrapartida, a acusada apresentou sua versão dos fatos à polícia, alegando ter sido ela própria vítima de agressões físicas por parte de funcionários e seguranças da loja, além de questionar a legitimidade das filmagens realizadas sem sua autorização. As autoridades policiais iniciaram as investigações para esclarecer todas as circunstâncias do incidente.
O Hospital Mater Dei agiu rapidamente após a repercussão do caso, optando pelo desligamento de Camilla Ferraz Barros de seu quadro de funcionários. A decisão reflete a crescente intolerância institucional a comportamentos discriminatórios no ambiente corporativo.
A rede Petz também se manifestou oficialmente, expressando repúdio a qualquer forma de discriminação racial e garantindo suporte jurídico às funcionárias afetadas. A empresa reforçou seu compromisso com a proteção de seus colaboradores e com o combate ao racismo.
As investigações seguem em andamento, com a Polícia Civil realizando diligências e oitivas para apurar detalhadamente os fatos relatados por todas as partes envolvidas no incidente. O caso evidencia a persistência do racismo na sociedade brasileira e a necessidade de respostas firmes das instituições diante de tais ocorrências.