Casos de negligência no atendimento médico seguem sendo uma preocupação constante nos serviços públicos de saúde do Brasil, e a história de Ana Gabriela Alves Sampaio, de 31 anos, reacende o debate sobre falhas em triagens e a demora no socorro a pacientes em situação crítica.
A jovem morreu no último sábado, 14 de junho, após enfrentar três tentativas de atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Planaltina, no Distrito Federal.
Ana Gabriela buscou a unidade pela primeira vez em 14 de maio, apresentando sintomas gripais. Na triagem, seu caso foi considerado não urgente, e ela acabou deixando o local após longa espera, sem receber atendimento.
A situação se agravou semanas depois. No dia 10 de junho, ela retornou à UPA, dessa vez relatando dores no peito e no ouvido, além dos sintomas anteriores. Após aguardar cerca de oito horas, Ana novamente deixou a unidade sem ser atendida.
A gravidade do quadro se intensificou rapidamente. Em 12 de junho, ela procurou ajuda em um posto de saúde, onde a equipe identificou a necessidade urgente de transferência e solicitou uma ambulância.
Ana foi levada para a sala vermelha da UPA de Planaltina, onde foi informada a necessidade imediata de uma vaga em UTI. Com o auxílio da Defensoria Pública, a família conseguiu uma ordem judicial que garantiu sua transferência para o Hospital de Sobradinho.
Apesar dos esforços, Ana Gabriela não resistiu e faleceu dois dias depois, já na madrugada de sábado. A família acusa a unidade de negligência, afirmando que a falta de atenção nos atendimentos iniciais contribuiu decisivamente para o desfecho.
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Já o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal declarou, em nota, que Ana recebeu assistência integral e que a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos. O caso foi denunciado à Polícia Civil, que investigará se houve omissão de socorro.
Casos como essa destacam a urgência de melhorias no sistema de triagem e atendimento em unidades públicas de saúde, que muitas vezes falham justamente no momento em que a rapidez pode fazer a diferença entre a vida e a morte.