O cantor paraense Gutto Xibatada, de 39 anos, conhecido por sua música que misturava forró e elementos da cultura regional, faleceu no último dia 22 de abril devido a complicações causadas pela mpox (antiga varíola dos macacos).
A confirmação foi feita pela Prefeitura de Belém nesta sexta-feira, dia 25 de abril, após investigações sobre o quadro clínico do artista. Gutto estava doente há cerca de um mês e chegou a viajar para o Rio de Janeiro e Bahia antes de retornar a Belém, onde buscou atendimento médico.
Inicialmente, recebeu orientação para isolamento domiciliar e medicação, mas seu estado de saúde se agravou rapidamente, levando-o a ser internado em uma unidade de saúde.
De acordo com relatos da família, o cantor minimizou a gravidade dos sintomas e continuou saindo de casa mesmo com lesões na pele, o que pode ter contribuído para a progressão da doença.
As erupções cutâneas, características da mpox, se espalharam e afetaram órgãos como pulmões, além de comprometerem sua fala, visão e tato. A asma crônica, condição pré-existente de Gutto, teria agravado o quadro.
A irmã do artista também questionou a qualidade do atendimento hospitalar, alegando falta de monitoramento adequado, como a não utilização de sensores devido às bolhas na pele, e insuficiência de profissionais no CTI. As autoridades irão investigar as denúncias.
A mpox, doença viral transmitida principalmente por contato direto com lesões ou fluidos corporais, apresenta sintomas como febre, erupções cutâneas, cansaço e inchaço de gânglios.
Embora a maioria dos casos seja leve, pacientes com comorbidades, como Gutto, enfrentam maior risco de complicações. O tratamento é focado no alívio dos sintomas e prevenção de infecções secundárias, já que não há medicamento específico aprovado.
A prevenção inclui isolamento imediato ao surgimento de sintomas, uso de equipamentos de proteção por cuidadores e higienização rigorosa de objetos contaminados.
A morte de Gutto Xibatada não apenas chocou fãs e familiares, mas também levantou alertas sobre a importância do diagnóstico precoce e do manejo adequado de doenças infecciosas.
Artista carismático, ele deixa um legado na cena musical paraense, enquanto sua tragédia pessoal reforça a necessidade de conscientização sobre a mpox, que registrou mais de 1.200 casos no Brasil em 2024.