Um casal está acusando a Maternidade Santa Joana, localizada na região central de São Paulo, de negligência nos cuidados com seus filhos gêmeos recém-nascidos, o que pode ter resultado na morte de um deles apenas dois dias após o nascimento. Inicialmente, os bebês nasceram saudáveis.
A mãe dos bebês, que é médica otorrinolaringologista, alega que seu filho Davi faleceu por asfixia após engasgar com o próprio vômito. Marília Panontin relata que a criança ficou longos períodos sem supervisão e não recebeu a assistência adequada.
De acordo com Marília Panontin, as médicas encarregadas da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da maternidade afirmaram que o bebê havia sofrido uma parada cardíaca, e não uma broncoaspiração do próprio leite.
“Ele morreu sozinho, sem ninguém, sofrendo. Ele teve muita dor. Ele morreu ali, sozinho, no canto, calado”, lamenta a mãe do bebê.
Em comunicado oficial, o hospital declarou que não identificou qualquer violação dos protocolos assistenciais e, em respeito ao sigilo médico, não pode fornecer mais informações sobre o caso.
A Promotoria de Justiça de Direitos Humanos (Saúde Pública) esclareceu que o incidente está em fase inicial de apuração, tendo sido encaminhados ofícios solicitando informações ao hospital, cujas respostas estão aguardando.
Os gêmeos Davi e Lara vieram ao mundo no dia 1º de julho de 2023, após uma gestação de 35 semanas. Os pais receberam a informação de que ambos estavam saudáveis, mas precisariam permanecer na UTI para “monitoração contínua”.
Conforme as diretrizes do Ministério da Saúde, são considerados prematuros os bebês nascidos antes de completarem 37 semanas de gestação.
O pai e a mãe dos bebês ficaram o tempo todo no hospital, visitavam os bebês na UTI e eram informados que as crianças estavam bem e estáveis.
Contudo, na madrugada do dia 3 de julho, Marília revelou que foi acordada por seu marido em prantos acompanhado de duas médicas que disseram que Davi teve uma parada cárdica e não resistiu.
“O corpo do meu filho já estava com a pele bem pálida, arroxeada, e com o corpo frio. Estava claro que não havia acabado de falecer! Fiquei destruída com aquela cena! Mesmo aos prantos, voltei a perguntar por que eu nem tive a chance de pegar meu filho no colo quando ele ainda estava quente”, lembrou.