O futebol brasileiro lamenta a perda de Cássio Francisco de Jesus, zagueiro que faleceu na terça-feira aos 35 anos. O atleta natural de São Carlos, interior paulista, não resistiu às complicações da anemia aplástica, condição rara que afeta a medula óssea e compromete a produção de células sanguíneas.
As cerimônias fúnebres ocorreram na quarta-feira no Memorial Grupo Sinsef, seguidas pela cremação no Crematório Metropolitano de Piracicaba. O jogador deixa um legado de dedicação ao esporte, além de sua esposa e dois filhos que agora enfrentam a dolorosa ausência de pai e companheiro.
Criado no bairro Cidade Aracy, em São Carlos, Cássio construiu uma carreira internacional impressionante. Sua trajetória no futebol começou em 2009, quando ingressou no Guarani de Campinas.
Posteriormente, defenderam os núcleos do Concórdia (SC) e Flamengo de Guarulhos (SP), antes de seguirem para o futebol asiático, onde atuou por Sêmen Padang na Indonésia, Kelantan na Malásia e, por fim, PS Barito Putera na Tailândia.
O clube tailandês manifestou seu pesar através das redes sociais: “A família do PS Barito Putera está profundamente triste com o falecimento de um dos melhores zagueiros de Laskar Antasari, Cássio Francisco de Jesus. Sua morte foi causada por anemia aplástica, da qual sofria há alguns anos. Descanse em paz, Cássio!”
O diagnóstico da doença ocorreu enquanto Cássio atuava profissionalmente em Tailândia, conforme revelado em publicação de dezembro de 2024 no perfil oficial do atleta. A mesma postagem denunciou a falta de suporte médico oferecido pelo país asiático, situação que mobilizou uma campanha para custear as despesas hospitalares e o retorno do jogador ao Brasil.
A anemia aplástica, responsável pelo falecimento do zagueiro, compromete severamente a capacidade da medula óssea de renovação de células sanguíneas. Esta deficiência provoca a diminuição de glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigênio, glóbulos brancos, fundamentais para a defesa do organismo, e plaquetas, essenciais para a coagulação.
Os pacientes acometidos por esta condição apresentam sintomas como cansaço intenso, fraqueza persistente e fadiga crônica, todos relacionados à anemia. Além disso, os sofrimentos com sangramentos frequentes devido à deficiência de placas no sangue e tornam-se mais vulneráveis às infecções causadas por fungos e bactérias em razão da redução significativa de glóbulos brancos circulantes.
No Brasil, a incidência desta doença rara é de aproximadamente 2,4 casos por milhão de habitantes. Os dados epidemiológicos apontam maior prevalência em dois grupos etários distintos: jovens entre 14 e 25 anos e adultos com idade superior a 45 anos.