Mesmo décadas após sua morte, o assassinato do presidente John F. Kennedy continua gerando debates e alimentando teorias conspiratórias. O atentado ocorrido em 1963 é um dos eventos mais enigmáticos da história dos Estados Unidos, e novas descobertas surgem constantemente, lançando luz sobre detalhes ainda desconhecidos.
Agora, com a divulgação de mais de 2 mil documentos secretos, um aspecto inesperado chama a atenção: a presença do Brasil nos arquivos relacionados ao caso.
Entre as menções, um relatório da CIA revela que o ex-governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, teria recusado apoio de Cuba e China em 1961. A ajuda, que incluia o envio de voluntários, teria sido oferecida para auxiliar Brizola em sua tentativa de garantir que João Goulart assumisse a presidência após a renúncia de Jânio Quadros.
O líder gaúcho, no entanto, temendo uma crise diplomática e possível intervenção dos EUA, rejeitou a proposta. Outro documento destaca as operações de propaganda conduzidas pela CIA para conter o avanço do comunismo na América Latina.
Além disso, há indícios de que diplomatas brasileiros tenham sido usados pela inteligência americana como meio de comunicação entre agentes. Outro ponto revelado pelos documentos envolve a reação de Cuba ao golpe militar de 1964 no Brasil.
Segundo os arquivos, Fidel Castro considerou a queda de João Goulart uma grande derrota para os interesses cubanos na América Latina. Apesar do revés, Cuba teria continuado apoiando financeiramente grupos políticos no Brasil e em outros países da região, na tentativa de manter sua influência.
A divulgação desses arquivos reforça como os bastidores da política internacional durante a Guerra Fria estavam interligados de formas que, por muitos anos, permaneceram ocultas. O assassinato de Kennedy, longe de ser um evento isolado, faz parte de um contexto geopolítico complexo, onde Brasil, Cuba e os Estados Unidos desempenharam papéis cruciais.