A investigação do desaparecimento do jovem Davi Lima Silva, de 12 anos, chegou a um desfecho trágico com a confirmação pela Polícia Civil da Bahia de que a ossada encontrada na zona rural de Itiúba pertence ao menino.
O caso, que intrigou autoridades e comoveu a população local, teve seu epílogo na última terça-feira, quando a família recebeu a confirmação oficial da identificação dos restos mortais. O último registro de Davi com vida foi em 28 de março de 2021, durante suas férias na casa da avó, no povoado de Varzinha das Olarias.
A descoberta dos restos mortais ocorreu em novembro de 2023, quando vaqueiros que transitavam pela região de difícil acesso localizaram a ossada, estabelecendo a primeira pista concreta do caso em quase quatro anos de buscas.
Os pais de Davi, Lilia Lima e Edson Alves, mantiveram-se incansáveis na busca por respostas durante todo o período do desaparecimento. Apesar dos esforços familiares, a polícia classificava o caso como uma “situação complexa, sem indícios de crime”, mantendo a investigação sob sigilo judicial durante todo o processo.
A complexidade do caso levou à sua transferência da delegacia de Itiúba para Salvador, após insistentes pedidos dos pais. A mudança foi motivada por dificuldades enfrentadas no interior, incluindo a troca de delegados, que obrigava a família a repetir depoimentos e informações cruciais para a investigação.
O desaparecimento ocorreu durante uma viagem de férias em família a Itiúba. Davi estava sob os cuidados da tia enquanto sua mãe, fotógrafa profissional, realizava um ensaio fotográfico nas proximidades.
Em menos de duas horas de ausência, o menino havia desaparecido, desencadeando uma busca imediata por familiares e vizinhos. As buscas iniciais contaram com o apoio do Corpo de Bombeiros, que utilizou cães farejadores e helicópteros.
Um elemento intrigante do caso foi o aparecimento da sandália de Davi em circunstâncias suspeitas. Segundo relatos, o calçado surgiu misteriosamente à meia-noite em uma área já anteriormente vasculhada, levantando suspeitas de manipulação de evidências.
Em março de 2023, uma reconstituição dos fatos mobilizou 36 profissionais da polícia, incluindo peritos, delegados, investigadores e escrivães. A ação, realizada no povoado de Varzinha, buscava esclarecer a dinâmica dos acontecimentos, embora seus resultados não tenham sido divulgados publicamente.
Os investigadores trabalham com a hipótese de que Davi tenha sido sequestrado no trajeto entre a casa da tia e da avó, uma distância inferior a 300 metros. No entanto, o mistério se aprofunda pelo fato de que, exceto por um único testemunho de um morador que afirmou ter visto o menino brevemente, ninguém mais registrou sua passagem pelo local.
Segundo relatos da tia, no dia do desaparecimento, Davi demonstrava inquietação e pressa para retornar à casa da avó. O comportamento agitado do menino naquele dia continua sendo um elemento importante para compreender os eventos que levaram ao seu desaparecimento.
A confirmação da identidade da ossada marca um momento crucial na investigação, que agora se concentra em determinar as circunstâncias da morte de Davi. Exames periciais adicionais estão em andamento para esclarecer os detalhes do caso que manteve uma família e uma comunidade em suspense por quase quatro anos.