Nesta semana, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) abriu um inquérito para investigar a suspeita de crime de racismo religioso envolvendo a cantora Claudia Leitte. O caso veio à tona nesta semana, após uma crítica feita por Pedro Tourinho, secretário de Cultura e Turismo de Salvador.
Tourinho criticou artistas que se aproveitam da cultura afro, em especial o axé music, mas não prestam o devido respeito a cultura. A crítica rapidamente foi associada a Claudia Leitte, embora Tourinho não tenha citado nomes.
A cantora deixou de citar o nome de Iemanjá em uma de suas músicas, trocando por Yeshua (nome hebraico para Jesus). Claudia, em 2014, se converteu a religião evangélica e a mudança na letra estaria relacionada a isso.
https://www.instagram.com/p/DDrhBWXxv3b/
A abertura de inquérito foi provocada por uma denúncia feita pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro). Claudia é acusada por lucrar financeiramente com a cultura, mas demostrar desrespeito.
O inquérito foi aberto pela Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, que tem a promotora Lívia Sant’Anna Vaz a frente. O MPBA se manifestou sobre a abertura de inquérito e esclareceu o que esta sendo investigado.
O inquérito vai apurar a possível “responsabilidade civil por possível ato de racismo religioso, consistente na violação de bem cultural e de direitos das comunidades religiosas de matriz africana”, mas não descarta uma eventual responsabilização criminal.
Até o momento, mesmo com toda a repercussão que o caso ganhou, Claudia Leitte ainda não se manifestou. Essa não é a primeira vez que Claudia Leitte se envolve nesta mesma polêmica, já que a alteração na letra já foi adotada há alguns anos. Ainda assim, as críticas sempre ressurgem nas redes.