Um adolescente do Sul da Austrália, desviado entre 18 adoções e colocações residenciais antes de tirar a própria vida, foi reprovado em várias ocasiões pelos responsáveis por seus cuidados, segundo o resultado de um inquérito.
O caso do óbito do adolescente Zhane Chilcontt, aos 13 anos de idade, serve como alerta para que se dê acompanhamento de perto a crianças e adolescentes que vivem em situações vulneráveis ou de risco.
De acordo com o relatório do legista estadual David Whittle, não foi possível afirmar que o óbito de Zhane Chilcontt pudesse ter sido evitado.
O legista afirmou que as circunstâncias relacionadas à vida curta do adolescente, que faleceu em 2016, eram multifatoriais e complexas, tendo o garoto passado por pelo menos 18 lares adotivos, incluindo órgãos do estado.
Além disso, o legista relatou que um dos problemas foi a falta de intervenção precoce para tratar os problemas psiquiátricos do garoto antes mesmo dele chegar ao hospital.
Assim, Dr. Whittle apresentou algumas recomendações para que casos como este não voltem a acontecer, como manter registros de todas as ameaças ou atos de automutilação de crianças e adolescentes que estejam em instituições, que devem ser comunicadas aos órgãos competentes.
Além disso, ele recomendou que se revise as políticas públicas e se treine o Comitê de Revisão de Cuidados Complexos, assim como que nenhum registro de risco envolvendo crianças e adolescentes seja perdido, para preservar e proteger a vida destes pequenos.
Por outro lado, o efeito cumulativo das falhas na atenção do estado pode ter um aumento o risco de falta de vontade de viver, como aconteceu com Zhane aos 13 anos de idade.
O Dr. Sally Giles, advogado assistente, afirmou na abertura do inquérito que o adolescente estava sob responsabilidade de órgãos do estado desde o primeiro ano de vida e que sua vida curta denunciava instabilidades e problemas comportamentais nos cuidados e na escola, com falhas no tratamento de traumas nos momentos mais críticos de sua vida.