Dor, indignação e sensação de impotência. Esses foram os sentimentos que marcaram a família do pequeno Guilherme Luis Dalbosco, de apenas 11 anos, após a morte trágica do menino em Gaspar (SC), nesta última terça, dia 6 de maio.
Segundo os parentes, o sofrimento não veio apenas da perda precoce, mas também do que classificam como um atendimento falho e moroso por parte do hospital, que não conseguiu providenciar uma ambulância de UTI a tempo para a transferência necessária. “Ele dizia que não ia aguentar”, relembrou, com a voz embargada, o pai de Guilherme.
Tudo começou com o que parecia ser um incidente comum: uma queda de bicicleta registrada por câmeras de segurança na Rua Kennedy, no bairro Barracão. Guilherme se levantou sozinho, arrumou a bicicleta e seguiu caminho até a escola.
No entanto, ao longo do dia, passou a reclamar de dores abdominais intensas. Encaminhado ao Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, os exames revelaram hemorragia interna no fígado um quadro grave que exigia urgência e transferência imediata.
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Enquanto a equipe médica realizava novos exames e aguardava a chegada de uma ambulância de suporte avançado para levá-lo a Brusque, Guilherme continuava sentindo dores intensas. Segundo os familiares, o tempo passava sem que o transporte fosse providenciado.
À meia-noite, o menino não resistiu. A família acredita que, com atendimento mais ágil, o desfecho poderia ter sido diferente. O hospital afirmou, em nota, que prestou todo o suporte disponível e que o caso será apurado em conjunto com a Comissão Interventora. Também declarou que os pais foram acolhidos e acompanhados por equipe multiprofissional.
Em luto, a comunidade local e a Escola Marina Vieira Leal, onde Guilherme estudava, suspenderam as aulas. Mas o que permanece é o vazio e a revolta por uma vida jovem que poderia ter sido salva, não fosse a lentidão do sistema que deveria protegê-la.
