A prisão de María Corina Machado, principal líder da oposição ao regime de Nicolás Maduro, gerou uma repercussão internacional massiva, destacando novamente as tensões políticas na Venezuela. O episódio aconteceu após a primeira aparição pública da política em cinco meses, durante um ato em Chacao, nos arredores de Caracas.
A detenção é mais um capítulo sombrio no cenário de repressão que há anos marca o governo Maduro. María Corina foi interceptada violentamente enquanto deixava o local da manifestação, segundo sua coalizão política, o Comando Venezuela (ConVzla).
Testemunhas relataram disparos de arma de fogo e ataques a motos que escoltavam a opositora. A ação gerou críticas imediatas de líderes internacionais, como o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, que exigiu sua libertação e garantias para sua integridade física.
Acusada de crimes não especificados, María Corina tem denunciado a perseguição constante do regime. Recentemente, ela revelou que agentes do governo cercaram a casa de sua mãe de 84 anos, cortaram a luz e instalaram postos de controle na área. “Maduro e companhia, vocês não têm limite em sua maldade. Covardes”, desabafou a líder opositora. Veja Maria Corina pouco antes de ser presa:
Lo dijimos, hoy nos encontrábamos en todas las calles de Venezuela y el mundo.
Yo estoy aquí, contigo, y HASTA EL FINAL. pic.twitter.com/ELeZlYNlcg
— María Corina Machado (@MariaCorinaYA) January 9, 2025
A prisão ocorre em meio a protestos generalizados organizados pela oposição, que questiona a legitimidade das eleições realizadas em julho de 2024. Enquanto Maduro se declara vencedor, a oposição sustenta que Edmundo González obteve uma vitória esmagadora, baseada em contagens de votos publicadas como evidência.
A controvérsia eleitoral ganhou apoio de diversos governos estrangeiros, incluindo os Estados Unidos, que reconhecem González como presidente eleito. A repressão contra opositores políticos na Venezuela tem sido alvo de críticas de organismos internacionais e governos ao redor do mundo.
O caso de María Corina Machado simboliza a luta contínua pela democracia no país, enquanto o regime de Maduro mantém-se sob pressão crescente tanto interna quanto externamente.