A violência doméstica, especialmente contra mulheres, continua a ser uma das formas mais trágicas de agressão no Brasil, um país onde, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é morta a cada sete horas vítima de feminicídio.
A incapacidade de romper ciclos abusivos e a banalização da violência em relações afetivas criam cenários devastadores, como o registrado na cidade catarinense de Jaguaruna, no Sul do estado.
Na noite da última sexta-feira (25), Arylaine Ucosky Silva Patrício, de 21 anos, foi assassinada a tiros por seu ex-namorado. A jovem, que se definia nas redes sociais como “mamãe do Vitor”, um gartoinho de apenas dois anos, teve sua trajetória interrompida de forma brutal.
O crime aconteceu por volta das 21h, depois que o agressor, armado, forçou a irmã da vítima a atraí-la até a casa, sob ameaça. Quando Arylaine chegou ao local, a irmã foi obrigada a sair, e poucos minutos depois os disparos foram ouvidos.
As equipes de socorro, ao chegarem, constataram que a jovem já não apresentava sinais vitais. O suspeito, de 26 anos, também foi encontrado gravemente ferido, com perfurações no peito e rosto, e morreu após ser levado ao hospital.
De acordo com informações dos bombeiros, ele teria atentado contra a própria vida depois de cometer o crime. Arylaine era muito ativa nas redes sociais, onde costumava compartilhar momentos com o filho e registros do dia a dia.
Suas homenagens públicas ao menino, inclusive em seu último aniversário, agora ganham uma carga de dor e luto entre familiares, amigos e a comunidade local. O velório ocorre na Capela Nossa Senhora da Piedade, e o sepultamento foi marcado para a manhã de domingo.
As polícias Civil e Científica continuam investigando o caso para esclarecer as circunstâncias e a motivação do crime. Mais uma vez, o trágico desfecho evidencia a necessidade de ações firmes para proteger mulheres e enfrentar com mais rigor as raízes da violência doméstica e do feminicídio no país.