A tragédia ocorrida em Nerópolis, na Região Metropolitana de Goiânia, ganhou contornos ainda mais dramáticos com o desabafo emocionante de Giselle Faustino, mãe do pequeno Salomão Rodrigues Faustino, que faleceu após ser esquecido dentro de um carro por quatro horas.
O menino, que havia completado dois anos no dia 5 de fevereiro, foi encontrado em estado grave dentro do veículo da proprietária da creche, Flaviane Lima, que o havia deixado preso à cadeirinha no banco traseiro, com os vidros fechados.
“Você levou todo meu coração e minha alegria. Como eu viverei sem você?”, expressou Giselle em uma publicação comovente nas redes sociais, onde compartilhou momentos preciosos ao lado do filho através de fotos e vídeos de diferentes fases da vida do pequeno.
Em outro trecho de sua manifestação nas redes sociais, a mãe revela sua angústia: “Como eu chegarei em casa agora e não presenciarei sua alegria?! (…) Eu não consigo fechar o olho sem imaginar seu sofrimento. Perdoa a mamãe, meu amor. Eu queria fazer tanto por você.”
A defesa de Flaviane Lima emitiu um comunicado afirmando que a empresária está profundamente abalada, vivenciando o momento mais difícil de sua vida. O advogado Giovanni Caldas Vieira Machado ressaltou que sua cliente possui formação em primeiros socorros e tentou salvar a criança.
“Não houve qualquer intenção, qualquer descuido consciente ou negligência deliberada”, argumentou a defesa da proprietária da creche, que foi presa após uma tentativa de fuga para Itaberaí, município localizado a 80 quilômetros de Nerópolis.
Durante seu depoimento à polícia, Flaviane explicou que o esquecimento ocorreu devido à sua preocupação com a chegada de três novas crianças à creche naquele dia, desviando sua atenção do pequeno Salomão no veículo.
O delegado André Fernandes, responsável pelo caso, confirmou que Flaviane foi autuada por homicídio culposo, caracterizado pela ausência de intenção de matar. Após sua captura, ela foi encaminhada ao Complexo de Prisão Provisória de Aparecida de Goiânia.
Os esforços de resgate, realizados pelo Corpo de Bombeiros após o acionamento pela própria Flaviane, não foram suficientes para salvar a vida do menino, que chegou a ser levado ao Hospital Sagrado Coração de Jesus, mas não resistiu aos danos causados pela exposição prolongada ao calor.
A brutalidade do acontecimento deixou a comunidade local em choque, especialmente considerando que Flaviane era responsável pelo transporte diário de Salomão até o berçário, uma rotina que tragicamente se transformou no último dia de vida do menino.
O caso levantou questionamentos sobre a segurança no transporte escolar infantil e a necessidade de protocolos mais rigorosos para evitar esquecimentos fatais como este, que deixou uma família devastada e uma comunidade em luto.
As redes sociais se transformaram em um espaço de luto coletivo, onde amigos e familiares compartilham mensagens de apoio à Giselle, que enfrenta a dor indescritível da perda prematura de seu filho.
As autoridades policiais continuam investigando todos os aspectos do caso, enquanto a comunidade busca compreender como uma tragédia dessa magnitude poderia ter sido evitada.