A comoção tomou conta da cidade de Pedro de Toledo, localizada no interior do estado de São Paulo, durante o velório e sepultamento de Pedro Henrique Morato Dantas, de 20 anos, morto a tiros por um policial militar no último domingo (6), no bairro da Penha, no Rio de Janeiro.
A tragédia envolvendo o jovem feirante, descrito como trabalhador e querido por todos ao seu redor, mobilizou familiares, amigos e moradores da cidade onde ele cresceu, aumentando o clamor por justiça.
Pedro Henrique foi baleado na Praça Panamericana, a poucos metros de uma boate onde o sargento da Polícia Militar Fernando Ribeiro Baraúna, de 39 anos, estava com sua esposa, Natalia Teles.
Segundo o policial, os disparos foram feitos em legítima defesa após uma suposta tentativa de agressão com faca por parte do jovem. A esposa do PM o teria alertado de que Pedro teria se envolvido em uma briga dentro da casa noturna.
No entanto, familiares e testemunhas refutam essa versão, afirmando que Pedro montava uma barraca de feira no momento em que foi surpreendido e atingido pelos disparos.
A mãe do jovem, Michela Morato, em entrevista durante o velório, expressou profunda tristeza e revolta. Segundo ela, Pedro Henrique era uma pessoa amável, trabalhadora, e havia planos de se reunir com a família para celebrar o aniversário da irmã mais nova.
“Meu filho é um moleque que sempre trabalhou, um amor de pessoa. Todo mundo gosta muito dele. Eu vinha sentindo que alguma coisa ia acontecer, sabe?”, lamentou Michela.
Para assistir ao vídeo CLIQUE AQUI!
A dor da perda repentina foi agravada pela sensação de injustiça e pela incredulidade diante das circunstâncias do crime. De acordo com amigos e vizinhos, Pedro era conhecido pelo comprometimento com o trabalho na feira, onde ajudava o pai diariamente.
A narrativa construída pelo policial e sua esposa, apontada como ponto de partida da abordagem violenta, é contestada por quem conhecia o jovem. O caso está sob investigação, com o PM tendo sido preso em flagrante por homicídio qualificado.
A morte de Pedro Henrique reacende o debate sobre o uso da força por agentes de segurança fora de serviço e a necessidade de responsabilização efetiva em casos de violência letal. Enquanto o inquérito avança, a família busca respostas e exige que os culpados sejam julgados conforme os rigores da lei.