A linha entre a disciplina parental e o abuso pode ser bastante tênue, e um recente caso em Cuiabá expôs essa realidade de maneira alarmante. Uma mulher de 35 anos está sob investigação da Polícia Civil após acionar membros de uma organização criminosa para “punir” sua filha de apenas 10 anos.
Isso aconteceu depois que a menina foi encontrada em um motel com um homem de 63 anos. O relato, que surgiu após uma denúncia do Conselho Tutelar, levanta questões profundas sobre a responsabilidade dos pais e os limites da autoridade.
O tumulto teve início quando duas meninas, de 10 e 13 anos, foram flagradas em circunstâncias perigosas em um motel, acompanhadas por um idoso. A mãe da menina de 10 anos decidiu que a melhor forma de resolver a situação era convocar um grupo criminoso.
Acreditando que isso seria uma maneira de educá-la uma escolha tanto inadmissível quanto irresponsável. Ao invés de oferecer suporte e orientação, a mãe utilizou a intimidação e a violência como ferramentas de disciplina.
A polícia encontrou a criança com lesões visíveis nos braços, no polegar esquerdo e na perna direita, indicando que as ações dos supostos “educadores” da criança foram muito além de uma simples advertência.
Agora sob os cuidados do Conselho Tutelar, a menina deve receber toda a atenção necessária para superar o trauma que vivenciou, enquanto sua mãe enfrenta sérias acusações de maus-tratos. A situação se agrava ainda mais para o idoso envolvido, que pode ser responsabilizado por estupro de vulnerável.
É fundamental que a atuação de órgãos como o Conselho Tutelar e a Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (DEDDICA) não apenas investigue os casos, mas também trabalhe na reabilitação e educação dos responsáveis, como uma forma de evitar a repetição de tais atos insensatos.