Cleia Louza Rebouças, mãe do adolescente morto por policiais militares em Pedro Canário, Espírito Santo, saiu em defesa do filho. Segundo ela, o adolescente vinha se organizando para mudar de vida.
A mulher afirmou, em entrevista ao A Gazeta, que o filho realmente tinha envolvimento com o crime e era usuário. Apesar disso, destaca que o rapaz tinha um bom comportamento e vinha planejando deixar a cidade.
Cleia afirma que seus dois filhos gêmeos tiveram contato com o tráfico ainda muito novos e eram obrigados, pelos traficantes locais, a se envolverem no crime. O irmão gêmeo de Carlos Eduardo, que não teve o nome revelado, já tinha deixado Pedro Canário para se afastar do crime.
A mãe contou, na entrevista, que ambos os adolescentes foram ameaçados de morte por policiais. Ela afirma que Carlos pretendia seguir o irmão para Vitória, a fim de buscar uma nova vida.
“Ele me pediu para mandar um dinheiro porque queria cuidar dos filhos dele. Ele tem um amigo na Serra, que disse iria ajudar a pagar a passagem para ir embora, para ficar junto do meu irmão. Ele queria recomeçar. Disse que iria mudar a vida. Ele não era ruim, não fazia mal a ninguém“, conta.
Segundo Cleia, o garoto ajudava nas tarefas de casa e era um bom filho. Ela ainda revelou que a namorada do garoto está gravida e vai ter gêmeos. Essa, ainda segundo a mãe, era uma das motivações do adolescente para deixar a cidade.
Carlos foi morto por policiais em condições que estão sendo investigadas. Imagens de uma câmera de segurança mostram que o garoto estava rendido quando foi atingido em abordagem.