Nesta segunda-feira (21), o Vaticano confirmou o falecimento de Jorge Mario Bergoglio, conhecido mundialmente como papa Francisco, aos 88 anos de idade. O óbito ocorreu às 2h35 no horário de Brasília, equivalente às 7h35 no horário local.
Líder da Igreja Católica por 12 anos, Francisco deixa um legado marcado por profundas transformações e esforços de aproximação entre diferentes culturas e religiões. A história de vida do Papa Francisco é marcada por simplicidade, dedicação e um forte compromisso com os mais necessitados.
Nascido Jorge Mario Bergoglio, em 17 de dezembro de 1936, na cidade de Buenos Aires, Argentina, ele se tornou o primeiro Papa latino-americano e também o primeiro jesuíta a liderar a Igreja Católica.
Sua trajetória de vida revela um homem de fé, mas também de grande proximidade com o povo, qualidades que o destacaram ao longo de sua caminhada religiosa.
Filho de imigrantes italianos, Bergoglio cresceu em uma família de classe média. Seu pai, Mario José Bergoglio, trabalhava como ferroviário, enquanto sua mãe, Regina María Sívori, dedicava-se ao lar.
Desde jovem, demonstrou interesse pela vida religiosa e pelo serviço comunitário. No entanto, antes de ingressar no seminário, chegou a estudar química e trabalhar em um laboratório.
Um problema de saúde na juventude, que o levou à retirada de parte de um pulmão devido a uma infecção, não o impediu de seguir sua vocação e se dedicar à vida eclesiástica.
Em 1958, ingressou na Companhia de Jesus, ordem religiosa conhecida por seu rigor acadêmico e compromisso com o ensino e a justiça social.
Durante sua formação, estudou filosofia e teologia, sendo ordenado padre em 1969. Atuou como professor e, em 1973, foi nomeado Provincial dos Jesuítas na Argentina, cargo que ocupou durante um período conturbado da história do país, marcado pela ditadura militar.
Durante esse período, Bergoglio enfrentou desafios relacionados à perseguição de religiosos e à defesa dos direitos humanos, o que mais tarde geraria debates sobre sua atuação política e eclesiástica.
Nos anos seguintes, sua influência cresceu dentro da Igreja, levando-o a ser nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992. Em 1998, tornou-se arcebispo da cidade e, em 2001, foi elevado a cardeal pelo Papa João Paulo II.
Nessa função, destacou-se por seu estilo de vida austero, recusando luxos e optando por morar em um apartamento simples ao invés da residência oficial dos arcebispos. Ele também ficou conhecido por se locomover de transporte público e por seu contato próximo com as comunidades carentes.
Sua eleição como Papa ocorreu em 13 de março de 2013, após a renúncia de Bento XVI, tornando-se o 266º pontífice da Igreja Católica. Escolheu o nome Francisco, em referência a São Francisco de Assis, um símbolo de humildade e cuidado com os pobres.
Desde o início de seu pontificado, adotou um tom reformista, promovendo mudanças na administração do Vaticano, incentivando o diálogo inter-religioso e reforçando a importância da misericórdia e do acolhimento na Igreja.
Ao longo dos anos, Francisco tem abordado temas sensíveis, como a crise dos refugiados, a desigualdade social e a necessidade de preservar o meio ambiente, tendo publicado, em 2015, a encíclica Laudato Si, que enfatiza a responsabilidade da humanidade na proteção da Terra.
Além disso, tem trabalhado para aproximar a Igreja das novas gerações e enfrentar questões internas, como os escândalos de abuso e corrupção.
A liderança do Papa Francisco continua sendo um marco na história do Vaticano, trazendo uma abordagem mais inclusiva e acessível ao catolicismo, enquanto ele segue sua missão de promover a paz, a solidariedade e a compaixão no mundo.