O ex-presidente Jair Bolsonaro foi submetido a uma laparotomia exploradora, procedimento cirúrgico que envolve a abertura da cavidade abdominal para investigar e corrigir problemas internos.
O objetivo, conforme o boletim médico, foi liberar aderências intestinais (tecidos cicatriciais que “grudam” partes do intestino) e reconstruir a parede abdominal.
A cirurgia permite identificar obstruções e liberar as aderências que impedem o trânsito intestinal. É comum em pacientes com histórico de múltiplas intervenções abdominais, como Bolsonaro, que já passou por cinco cirurgias desde o ataque de 2018.
Por se tratar de um abdome já manipulado diversas vezes, o procedimento exige cuidado para evitar danos à parede intestinal. O cirurgião Rodrigo Perez destacou que a operação é “trabalhosa” e imprevisível em duração, podendo variar conforme a extensão das aderências encontradas.
As complicações atuais estão diretamente ligadas ao ataque a faca sofrido por Bolsonaro em 2018, que danificou seu intestino e exigiu cirurgias emergenciais sem preparo intestinal adequado. Isso desencadeou processos inflamatórios crônicos, levando à formação recorrente de aderências.
Como explicou o médico Fernando Mayer, a inflamação pós-cirúrgica faz com que as alças intestinais se colem umas às outras, bloqueando parcialmente a passagem de fezes e gases. Cada nova cirurgia aumenta o risco de novas aderências, criando um ciclo vicioso.
A suboclusão intestinal (obstrução parcial) diagnosticada desta vez foi considerada mais grave que episódios anteriores, segundo o médico Claudio Birolini, que acompanha Bolsonaro desde 2018.
Bolsonaro se sentiu mal enquanto estava realizando uma série de eventos em regiões pelo interior do nordeste, local onde busca captar maiores eleitores, visando as eleições de 2026.
Com isso, ele precisou ser encaminhado às pressas para uma unidade de saúde no Rio Grande do Norte, sendo transferido de helicóptero. E após o seu estado de saúde não melhorar, Bolsonaro passou por uma cirurgia em um hospital de Brasília.
