A atriz Klara Castanho, de forma corajosa e sensível, decidiu fazer novos esclarecimentos públicos sobre o episódio traumático que viveu há dois anos, quando deu à luz um bebê fruto de um abuso e optou pela adoção.
A decisão de esclarecer novamente os acontecimentos surgiu diante da persistência de questionamentos e julgamentos que ainda hoje rondam sua história, algo que a tem afetado profundamente.
Na época, Klara revelou que o bebê era resultado de um estupro que sofreu, e que a escolha pela adoção foi tomada para proteger a criança e a si mesma. Mesmo assim, desde então, a atriz tem enfrentado desconfianças sobre sua postura em relação ao agressor.
Em entrevista à revista Glamour, ela explicou que medidas legais foram sim tomadas contra o responsável, mas que o processo corre em segredo de justiça, como é garantido a toda vítima de violência sexual.
Ela lamentou que seu direito ao sigilo tenha sido violado, reforçando que foi forçada a reviver uma dor que tentava superar em silêncio. Segundo Klara, a intenção inicial era manter toda a situação sob privacidade, tanto para resguardar sua saúde mental quanto para preservar o filho.
Ela conseguiu ocultar a gestação, mas a adoção acabou se tornando pública depois que alguém do hospital onde ela deu à luz divulgou informações para a imprensa.
Sobre esse momento, Klara desabafou dizendo que vivia um verdadeiro pesadelo, e que jamais quis esconder os fatos por vergonha, mas porque ainda não havia conseguido elaborar emocionalmente o que havia acontecido.
Quando foi exposta, Klara relatou ter se sentido vulnerável de uma maneira brutal, como se toda a sua dor vivida por ser vítima de um abuso e de uma gravidez indesejada estivesse voltado ainda mais devastadora.
A atriz revelou que levou mais de um ano para conseguir processar emocionalmente tanto o abuso quanto a gestação inesperada e, sobretudo, a exposição pública do caso. Segundo ela, sua maior dor foi não ter tido sequer o direito de escolher como e quando contaria sua história.
O impacto da exposição foi devastador não apenas para Klara, mas também para sua família. Ela relatou que, por meses, ela e seus pais mal conseguiam dormir, intercalando noites de lágrimas com poucas horas de descanso.
A atriz confessou que, embora tivesse suporte de familiares, equipe profissional e advogados, sentia-se completamente perdida dentro de si mesma, desamparada emocionalmente diante da dimensão da tragédia que vivia.
Recentemente, Klara também compartilhou aspectos mais leves de sua trajetória artística, lembrando momentos marcantes de sua infância e adolescência. Revelou que, aos nove anos, teve que se mudar para o Rio de Janeiro apenas na companhia da avó, após ser escalada para a novela “Viver a Vida”, de Manoel Carlos.
Separada dos pais e do irmão ainda pequena, ela contou que a atriz Giovanna Antonelli foi um apoio fundamental para amenizar a saudade da família, acolhendo-a em sua casa durante as gravações.
Outro episódio curioso da carreira de Klara foi ter interpretado, ainda criança, a primeira vilã mirim da televisão brasileira na novela “Morde e Assopra”. Ela relatou que, na época, havia uma preocupação em torno de sua capacidade de distinguir ficção e realidade, mas que, graças à base sólida oferecida por sua família e pela equipe de produção, sempre soube separar a atuação da vida real.
Durante as gravações dessa novela, Klara também passou por um pequeno acidente: enquanto se preparava na caracterização, acabou pegando uma chapinha quente por impulso, o que exigiu cuidados médicos imediatos.
Apesar do susto, a atriz continuou trabalhando normalmente, com a mão enfaixada, e se recorda com carinho da estrutura e do acolhimento que recebeu nos estúdios da TV Globo.
Toda a trajetória de Klara Castanho, desde seu início precoce na carreira artística até os episódios difíceis de sua vida pessoal, revela uma jovem que, mesmo diante de grandes traumas, demonstra uma força admirável e uma maturidade precoce.
Sua história, ainda em construção, é um lembrete da importância do respeito à dor alheia e da necessidade de uma sociedade mais empática com as vítimas de violência.