Uma única frase pode mudar tudo. O que para alguns soa como uma “brincadeira” ou comentário inofensivo, para outros pode se tornar o estopim de uma tragédia. Foi exatamente isso que aconteceu na Austrália, quando um comentário misógino virou combustível, literalmente.
O caso chocante envolve Corbie Jean Walpole, de 24 anos, que foi condenada a sete anos e meio de prisão por atear fogo no amigo de infância Jake Loader. Tudo começou na madrugada de 7 de janeiro de 2024, após uma longa noite de bebedeira.
Tudo aconteceu entre amigos na casa de Corbie, localizada em Howlong, uma pequena cidade na zona rural de Nova Gales do Sul. De acordo com relatos do tribunal, o grupo estava fortemente alcoolizado e Corbie também havia consumido cocaína.
Durante a conversa, Jake teria feito um comentário que inflamou a situação: sugeriu que Corbie “deveria estar na cozinha”, ao invés de beber com os amigos. Foi o bastante para desencadear uma reação drástica.
Corbie se levantou, foi até a garagem, pegou um galão com cinco litros de gasolina, despejou o líquido sobre Jake e, sem hesitação, acendeu o isqueiro. O jovem teve 55% do corpo queimado, ficou com cicatrizes permanentes e sequelas gravíssimas.
Dentre elas a dificuldade para regular a temperatura corporal e a impossibilidade de se expor ao sol. Ele também perdeu sua fonte de renda, agravando a situação financeira da família. Durante o julgamento, a defesa tentou justificar o ato como uma reação impulsiva provocada pelo uso de substâncias e pela fala ofensiva.
No entanto, a juíza Jennifer English recusou essa narrativa e sentenciou Corbie ao regime fechado. Ela já havia se declarado culpada em dezembro de 2024, o que reduziu a pena.
Jake, por sua vez, escreveu uma mensagem emocionante no tribunal, dizendo que o ataque não feriu apenas seu corpo, mas destruiu também parte de sua vida e afetou profundamente quem o ama.
Uma campanha online arrecadou cerca de R$ 267 mil para ajudá-lo em sua recuperação. Este caso extremo reforça como palavras carregam peso e como a violência, mesmo quando impulsiva, deixa marcas que nenhuma sentença pode apagar.