Desafios de internet, muitas vezes tratados como brincadeiras inofensivas, têm se transformado em armadilhas perigosas e fatais para jovens ao redor do mundo. A busca por popularidade nas redes, adrenalina ou aceitação em grupos pode cobrar um preço irreversível.
Foi o que aconteceu com Ryan Satterthwaite, de apenas 19 anos, cuja morte chocante na Nova Zelândia reforça a urgência de discutir os limites entre diversão e imprudência. O caso aconteceu no último domingo, dia 25 de maio, em Palmerston North.
Ryan participava de um desafio conhecido como Run It Straight (“corra em linha reta”, em tradução livre), que simula uma espécie de duelo físico inspirado em esportes de contato, como o rugby.
A dinâmica é simples, mas brutal: dois participantes correm em linha reta um contra o outro e colidem no meio do trajeto. Vence quem conseguir se manter de pé. Durante a colisão, Ryan sofreu um traumatismo craniano severo.
Ele chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. A tragédia acendeu o alerta das autoridades locais. Ross Grantham, supervisor da região de Manawatu, classificou o ocorrido como “uma tragédia absoluta” e ressaltou que a prática popularizada nas redes sociais ocorre sem qualquer tipo de proteção, orientação ou suporte médico.
Embora existam competições organizadas desse tipo de “jogo” em cidades como Auckland, a versão improvisada que circula online coloca vidas em risco de forma alarmante. “Atividades de combate precisam ser realizadas em ambientes controlados, com supervisão especializada. Fora disso, é pura roleta-russa”, alertou Grantham.
A morte de Ryan não é um caso isolado, mas sim mais um sintoma de uma epidemia virtual: a normalização da violência em troca de curtidas. É preciso que pais, educadores e plataformas digitais estejam atentos porque o próximo desafio pode ser o último.