Uma jovem de apenas 18 anos de idade, identificada pelo nome de Fatemah Soltani, foi morta pelo seu próprio pai, no dia 16 de abril. O crime ocorreu após Fatemeh revelar à mãe o caso extraconjugal do pai, que a perseguiu em um salão de beleza onde ela trabalhava e a esfaqueou até a morte.
Testemunhas relataram que o homem tentou decapitá-la antes de fugir, o que demonstra a gravidade do caso. O pai de Fatemeh agendou um horário no salão , e ao reconhecê-lo, ela ligou para a mãe em pânico, mas foi perseguida de carro, arrastada para fora do veículo em movimento e assassinada.
Amigos revelaram que Fatemeh havia se afastado da família devido a anos de abusos, buscando independência financeira. Seu esforço para conseguir ter uma vida mais autônoma a tornou alvo de constantes ataques por parte de seu pai e outros membros da família.
O caso aconteceu no Irã, um país que não conta com nenhuma lei específica para proteger as mulheres de violência doméstica ou os chamados “crimes de honra”. A falta de investigações sobre abuso policial também é frequente.
No país, existem leis consideradas discriminatórias, já que o código de vestimento obrigatório e a sharia e permite que homens justifiquem atos violentos como uma forma de “proteção da honra”.
Além disso, há uma violência de gênero institucionalizada, o que minimiza e desencadeia atos como tortura, estupro e desaparecimentos que são comuns, inclusive, durante protestos por melhorias nestas questões.
No momento, o caso segue gerando repercussão internacional e muitos pedem para que haja justiça pela vida de uma jovem que estava tentando seguir em frente, moldando um caminho para conquistar os seus objetivos e que teve a vida tirada de forma brutal e revoltante.