Sobreviventes do trágico acidente com o ônibus que transportava a equipe do Coritiba Crocodiles, ocorrido na Serra das Araras, em Piraí (RJ), compartilharam os momentos de tensão que antecederam o tombamento do veículo, que resultou em três mortes.
O ônibus, que saiu de Curitiba na noite de sexta-feira (20) rumo ao Rio de Janeiro, sofreu o acidente na BR-116, a cerca de 100 quilômetros do destino final. Atletas que estavam a bordo descreveram como o ônibus começou a ganhar velocidade, sugerindo problemas no freio, o que gerou pânico entre os passageiros.
Felipe Raul Dias, um dos jogadores, relatou que perceberam que o veículo estava descendo rapidamente, e começaram a alertar uns aos outros para colocar os cintos de segurança. O motorista, percebendo a falha nos freios, passou a buzinar para avisar os outros veículos na estrada. Pouco depois, o ônibus tombou, aparentemente em uma tentativa de minimizar os danos, levando os passageiros a deslizar até um barranco.
O atleta Henrique Pucca, que viajava com seu filho de 7 anos, também narrou o horror do momento. Pouco antes do acidente, ele estava no fundo do ônibus com dois amigos que faleceram no incidente. Apesar do tombamento, ele e seu filho não sofreram lesões.
O motorista teria informado a Henrique Pucca que o sistema de freios do coletivo apresentou uma pane, o que pode ter sido o principal fator para o acidente. Além das três vítimas fatais, sete passageiros foram levados a hospitais em Nova Iguaçu e Volta Redonda. Até o domingo (22), cinco haviam recebido alta, enquanto dois permaneciam internados em estado estável, de acordo com boletim médico.

(Lucas Padilha, Lucas Castro e Daniel Santos são os jogadores que morreram no acidente com o ônibus do Coritiba Crocodiles)
Os corpos das três vítimas foram liberados para os velórios e sepultamentos. Lucas Padilha e Daniel Santos serão sepultados em Curitiba, enquanto Lucas Castro, natural de Goiânia, será enterrado em Goiás. O acidente trouxe grande comoção ao esporte, ressaltando os riscos em viagens longas e a importância da segurança em transportes coletivos, especialmente para equipes esportivas que frequentemente realizam deslocamentos entre estados.