Uma reviravolta no caso dos meninos mortos no Piauí, que ficou conhecido pela suspeita de envenenamento de cajus, acabou por decretar a liberdade de Lucélia Maria da Conceição Silva, 52. A mulher era acusada de fornecer o alimento envenenado aos irmãos João Miguel da Silva, 7, e Ulisses Gabriel da Silva, 8.
O caso aconteceu em agosto de 2024, quando os meninos passaram mal e foram socorridos pela família. No dia em que passaram mal, os dois haviam comido cajus oferecidos por Lucélia, que logo foi apontada como suspeita.
No entanto, um laudo apontou que não havia veneno nas frutas oferecidas pela mulher. Na época do crime, os alimentos foram apreendidos e submetidos a análises, mas os resultados só ficaram prontos agora.
Ao sair da prisão, Lucélia se declarou inocente. “Meu sentimento agora é muito alívio”, afirmou. A mulher ficou meses presa na Penitenciária Feminina Gardência Gomes.
Com o resultado da perícia, a polícia reabriu as investigações e agora aponta para Francisco de Assis Pereira da Costa, que é padrasto da mãe dos meninos. O homem é acusado de ter envenenado o restante da família no ano novo.
Silas Sereno Lopes, promotor de Justiça, explicou que ainda não existem elementos que coloquem Francisco no momento em que os meninos foram envenenados, mas a polícia deve investigar.
“Ainda não há um elemento que o coloque diretamente na cena do crime, mas já há informação de que aquelas crianças teriam ingerido outro alimento que não o caju. Ou seja, há um fato novo e, havendo um fato novo, é preciso que se analise toda essa circunstância”, disse.
Lucélia foi amparada por parentes já que teve sua casa incendiada por populares. O advogado da mulher, Sammai Cavalcante, criticou a condução do caso e defendeu que sua cliente deveria ter tido o direito de presunção de inocência.
