No começo da madrugada desta quarta-feira (19/02), a defesa de Jair Bolsonaro se manifestou pela primeira vez sobre a denúncia da Procuradoria Geral da Republica contra o ex-presidente.
Em nota enviada à imprensa, a defesa de Bolsonaro afirma que recebe a denúncia com “indignação”. No texto assinado pelos advogados do ex-presidente, a defesa desqualifica a denúncia feita pela PGR.
“A defesa do Presidente Jair Bolsonaro recebe com estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República, divulgada hoje pela mídia, por uma suposta participação num alegado golpe de Estado”, diz um dos trechos do documento.
No texto, a defesa alega que não existem provas que liguem Bolsonaro à suposta trama golpista apesar de dois anos de investigações e de uma “verdadeira devassa” nos aparelhos pessoais do ex-presidente – declaração que contraria as quase 300 páginas da denúncia.
Os advogados do ex-presidente também questionam a PGR por uma suposta “narrativa fantasiosa”, que teria se baseado apenas na delação premiada de Mauro Cid, que exerceu função de assistente de ordens de Bolsonaro.
“A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alterada, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade”, diz outro trecho da nota.
O texto se encerra afirmando que Bolsonaro confia na Justiça do país e que, por isso, acredita que a denúncia não seguirá adiante. A nota é assinada apenas pela “Defesa do Presidente Jair Bolsonaro”, sem citar os nomes dos advogados.
Apesar do que afirma a defesa do ex-presidente, Bolsonaro deve se tornar réu no Supremo Tribunal Federal. Analistas acreditam que o julgamento deve acontecer ainda este ano, para evitar um cenário conturbado durante as eleições do ano de 2026.
