Casos desoladores como este assolam os centros urbanos brasileiros. Na cidade de Fortaleza, capital do estado do Ceará, um adolescente de 15 anos, identificado como Marco Felipe Mendes de Sousa, conhecido no meio esportivo como “Felipe Maracajá”, foi assassinado após ser abordado por criminosos.
O caso ocorreu na segunda-feira, dia 30, e tem gerado grande comoção nas redes sociais e entre praticantes do skate, esporte que o jovem abraçava com paixão. Imagens que circulam nas redes mostram o momento em que Felipe foi rendido por um grupo de homens armados, que tomaram seu celular.
Ao vasculharem o aparelho, os criminosos alegaram que o adolescente participava de um grupo de mensagens associado a uma facção rival. Mesmo sem provas ou confirmação de qualquer envolvimento com o crime organizado, o jovem foi perseguido e morto em um beco próximo ao local da abordagem.
O pai de Felipe, Marcos Henrique, nega qualquer ligação do filho com atividades criminosas. Segundo ele, o garoto era estudante e estava profundamente envolvido com o skate, tendo participado de campeonatos dentro e fora do Ceará.
Sua trajetória no esporte foi reconhecida pela Federação Piauiense de Skateboard, que publicou uma nota lamentando a morte e destacando a ascensão do jovem atleta, que chegou a conquistar um lugar no pódio durante a seletiva Nordestina da CBSk em Teresina.
O crime ganhou mais um desdobramento com a prisão de um suspeito de 25 anos, detido pela Polícia Militar do Ceará com o apoio do Núcleo de Videomonitoramento.
Com antecedentes por roubo e corrupção de menores, ele foi autuado em flagrante e encaminhado para uma delegacia da região. A Polícia Civil continua investigando para localizar os outros envolvidos na execução do adolescente.
A morte de Felipe escancara mais uma vez a vulnerabilidade dos jovens que vivem em áreas dominadas por disputas entre facções, onde basta uma suspeita para que vidas sejam interrompidas de forma brutal.
Embora o esporte ofereça caminhos de transformação, ele por si só não é suficiente diante da ausência de políticas públicas eficazes. Enquanto o poder público não ocupar os espaços deixados à margem, muitos jovens seguirão expostos ao medo e à violência apenas por viverem em regiões consideradas “erradas”.