As rodovias brasileiras se tornaram verdadeiras armadilhas para motociclistas, protagonistas frequentes em estatísticas de acidentes fatais. Com a combinação perigosa de tráfego pesado, obras mal sinalizadas e imprudência, colisões entre motos e veículos de grande porte continuam fazendo vítimas em todo o país.
Esses acidentes, muitas vezes evitáveis, resultam em mortes trágicas e deixam famílias devastadas como no caso que chocou o Litoral Norte de Santa Catarina nesta semana. Na tarde da última segunda, dia 12 de maio, um acidente violento na BR-470, em Navegantes, resultou na morte de Enock Jacques, de 34 anos.
Natural da cidade de Gonaives, no Haiti, Enock trabalhava como conferente de controle de produção no Brasil e teve a vida interrompida em circunstâncias dramáticas. O impacto foi tão forte que o capacete se soltou de sua cabeça, e ele morreu ao bater com força contra o asfalto.
Segundo os Bombeiros Voluntários e a Polícia Rodoviária Federal, o acidente aconteceu no bairro Volta Grande, em um trecho da rodovia parcialmente interditado por causa das obras de construção de um elevado.
Enock teria tentado ultrapassar um caminhão quando se deparou com a sinalização das obras, se desequilibrou e caiu com violência no chão. Ele acabou sendo arremessado com tanta força que o capacete se desprendeu, deixando-o desprotegido no momento do impacto fatal.
O motorista da carreta envolvida, um homem de 45 anos, não sofreu ferimentos. A PRF informou que o trecho estava sinalizado, mas o risco na ultrapassagem somado à condição da via pode ter contribuído para a tragédia.
O corpo de Enock foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Itajaí. A morte comoveu a comunidade haitiana e moradores da região, que lamentaram a perda de mais uma vida em uma rodovia marcada por obras e acidentes.
