Uma situação desoladora marcou um encontro do grupo cristão Legendários no último fim de semana, quando Rodrigo Nunes de Oliveira, de 40 anos, faleceu após uma crise convulsiva durante uma trilha que aconteceu no minicípio de Rondonópolis, localizado no interior do estado do Mato Grosso.
O evento, que reuniu cerca de 150 participantes, fazia parte de uma imersão promovida pela organização, voltada ao desenvolvimento pessoal e espiritual masculino por meio de atividades ao ar livre.
Rodrigo chegou a ser socorrido e levado para uma unidade hospitalar mais próxima, onde foi entubado, mas não resistiu e morreu horas depois. Até o momento, os responsáveis pelo movimento ainda não emitiram um posicionamento oficial sobre o ocorrido.
O sepultamento do trabalhador, que atuava na área de segurança do trabalho, aconteceu no cemitério da Villa Aurora. Em suas redes sociais, ele se apresentava como pai de dois filhos, casado e seguidor da fé metodista.
O grupo Legendários, criado em 2015 na Guatemala pelo pastor Chepe Putzu, tem ganhado popularidade no Brasil ao oferecer experiências de imersão voltadas exclusivamente para homens, com base em princípios cristãos.
A principal atividade do movimento é o chamado TOP (Track Outdoor de Potencial), um programa de 72 horas na natureza que combina desafios físicos e reflexões espirituais. O custo para participar dessas ações varia amplamente, indo de R$ 450 a R$ 81 mil, dependendo do local e da estrutura.
O movimento prega valores como amor, honra e unidade, resumidos na sigla AHU. Segundo seus idealizadores, o objetivo é resgatar a figura masculina como líder amoroso e servidor dentro do lar e da comunidade.
A morte de Rodrigo Nunes levanta preocupações sobre os cuidados médicos e a estrutura de segurança desses encontros intensos, que mobilizam um grande número de pessoas em ambientes remotos.
A ausência de uma resposta oficial do grupo acende alertas sobre a responsabilidade e a transparência necessárias em eventos desse porte. O caso está sob investigação.