A violência contra mulheres em situação de vulnerabilidade, especialmente quando relacionada à gravidez e à dependência emocional, continua sendo uma realidade chocante e recorrente no Brasil.
O caso envolvendo a morte de Jackeline Liliane dos Santos, de 28 anos, em uma trilha que dá acesso a uma cachoeira na região de Campos Gerais do estado do Paraná, revela não apenas um possível feminicídio, mas também uma série de comportamentos suspeitos que antecederam o crime, levantando dúvidas sobre as verdadeiras intenções do acusado.
A vítima, que estava grávida e era mãe de dois filhos pequenos, foi encontrada morta na tarde do último domingo (28), em uma área de difícil acesso próxima ao Salto das Orquídeas, que fica no município de Sapopema.
O principal suspeito, Marcione Souza de Oliveira, de 44 anos, foi preso em flagrante após apresentar uma versão considerada inconsistente pela Polícia Civil. Inicialmente, alegou que Jackeline teria sofrido uma queda acidental e batido a cabeça.
No entanto, a perícia identificou ferimentos incompatíveis com essa hipótese, além de vestígios no local que sugerem ação intencional. Sendo assim, a versão do suspeito caiu por terra.
Segundo as investigações, Marcione mantinha um relacionamento extraconjugal com a vítima e teria demonstrado desconforto ao descobrir a gravidez, justamente enquanto tentava se reconciliar com sua ex-companheira.
Relatos colhidos pela polícia e pelo Ministério Público apontam que ele teria tentado provocar um aborto na semana anterior ao crime, ao oferecer à vítima uma bebida que causou mal-estar e sangramento. A suspeita é de que a bebida estava adulterada com substância abortiva.
O histórico de declarações contraditórias, aliado ao comportamento observado por testemunhas e à tentativa de simular um acidente, pesam contra o investigado.
O Ministério Público solicitou a conversão da prisão em preventiva, alegando risco de obstrução das investigações e a gravidade dos atos, que incluem tentativa de aborto e feminicídio.
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Casos como o de Jackeline reforçam a urgência de medidas efetivas de proteção às mulheres em relações abusivas, bem como o fortalecimento de mecanismos de denúncia e investigação.
A apuração prossegue com a análise dos celulares apreendidos e o acompanhamento da perícia para elucidar os detalhes e assegurar a responsabilização do autor. Não há informações sobre o velório e sepulamento da vítima.