Nos últimos anos, o aumento de desafios virais nas redes sociais tem preocupado pais e autoridades em diversas partes do mundo. Entre os jovens, a busca por notoriedade online e experiências intensas tem levado à adesão a práticas perigosas, frequentemente mascaradas como inofensivas.
Um desses desafios, que ganhou força nos Estados Unidos, envolve a inalação de sprays de limpeza usados em computadores. Embora a sensação de euforia proporcionada por esses produtos seja breve, os riscos são extremamente altos e, em muitos casos, fatais.
Foi esse o cenário que envolveu a morte da jovem Renna O’Rourke, de 19 anos, moradora do Arizona. Ela sofreu uma parada cardíaca após inalar o spray e foi levada imediatamente para a UTI, onde permaneceu internada em coma durante uma semana.
O diagnóstico final foi de morte cerebral, resultado da chamada síndrome da morte súbita por inalação — condição que ocorre quando o gás inalado substitui o oxigênio no corpo, comprometendo órgãos vitais como o coração, os pulmões e o fígado.
De acordo com especialistas, esse tipo de produto, por ser de fácil acesso, sem odor perceptível e não ser detectado por exames antidrogas convencionais, se torna um atrativo perigoso para adolescentes desavisados.
A combinação de fatores como o baixo custo, a ausência de restrição para compra e a falsa sensação de segurança tem ampliado sua presença em círculos juvenis.
Abalados pela tragédia, os pais de Renna decidiram transformar a dor em alerta. Eles iniciaram uma campanha pública de conscientização para que outras famílias estejam atentas aos sinais de envolvimento dos filhos com substâncias inalantes.
A iniciativa também inclui uma vaquinha virtual, criada para custear as despesas médicas e funerárias, mobilizando a comunidade local em torno da causa. O caso de Renna evidencia a urgência de um debate mais amplo sobre o uso irresponsável das redes sociais e a vulnerabilidade dos jovens diante de tendências perigosas.
Estimular o diálogo em casa, supervisionar o conteúdo consumido e abordar abertamente os riscos dessas práticas podem ser caminhos para prevenir novas perdas irreparáveis.