Caminhar às margens de rodovias é um ato de extremo risco, especialmente em trechos sem acostamento, mal iluminados ou com curvas fechadas, um cenário comum em muitas estradas brasileiras. Nessas situações, os pedestres tornam-se praticamente invisíveis para os motoristas, aumentando drasticamente a chance de acidentes fatais.
A imprudência do sistema viário, somada à falta de estrutura para quem anda a pé, transforma simples deslocamentos em trajetos de alto perigo. Esse foi o trágico destino de Eliaquim Pacífico, de 30 anos, que morreu após ser atropelado por um carro na rodovia SC-480, na noite de terça, dia 6 de maio, em Bom Jesus, no Oeste catarinense.
Ele e uma mulher de 27 anos que ficou gravemente ferida caminhavam em direção à cidade por um trecho da rodovia em curva e sem iluminação, quando foram atingidos por um veículo Fiat Fiorino, conduzido por um homem de 43 anos, que saiu ileso.
Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), o local do acidente é especialmente crítico por suas características estruturais. A falta de visibilidade, agravada pela escuridão e pela curva fechada, praticamente impossibilitou qualquer reação do motorista para evitar o atropelamento.
Uma terceira pessoa que acompanhava o casal confirmou que eles estavam consumindo bebida alcoólica durante o trajeto. Eliaquim, descrito por amigos e familiares como uma pessoa alegre e “sempre sorridente”, teve sua vida interrompida de forma brutal.
Sua despedida aconteceu nesta quarta, dia 7 de maio, na Igreja Assembleia de Deus da Aldeia Sede, em Ipuaçu, seguida de sepultamento no cemitério local. O caso escancara, mais uma vez, a negligência com a segurança de pedestres em vias estaduais e reforça a urgência de políticas públicas voltadas à mobilidade segura para todos.
Em meio a mais esta tragédia inúmeras pessoas se questionam: quantas mortes mais serão necessárias até que caminhar à beira da estrada deixe de ser uma sentença?
