O brutal assassinato de um jovem de 22 anos, ocorrido na última quarta-feira (19) na cidade de Baixa Grande do Ribeiro, localizada no interior do estado do Piauí, revelou uma história marcada por abusos, perseguição e um desfecho trágico.
Erik Mateus foi morto a pauladas, e as investigações da Polícia Civil apontam que o crime foi encomendado por um homem identificado apenas pelas iniciais C. R. C. A., conhecido como “Pernambuco”.
O caso escancara não apenas a violência do homicídio, mas também o histórico de abusos sofridos pela vítima desde a infância, envolvendo uma suposta relação de dominação e obsessão mantida pelo acusado.
Testemunhas relataram que Pernambuco mantinha uma relação abusiva com Erik desde que ele tinha apenas nove anos de idade, quando ambos ainda residiam no município de Balsas, no Maranhão.
A família da vítima, ciente da situação e preocupada com a influência nociva do homem, teria se mudado para o Piauí na tentativa de proteger o jovem. Contudo, segundo os relatos colhidos pela polícia, Pernambuco também se transferiu para Baixa Grande do Ribeiro
O homem tinha um comportamento obcecado que, ao longo dos anos, se intensificou com perseguições e ameaças constantes. O estopim para a tragédia teria sido o início de um relacionamento amoroso de Erik com uma garota, o que, conforme a apuração policial, aumentou ainda mais os ataques e a raiva de Pernambuco.
A motivação do crime teria sido essa combinação de obsessão e ciúme doentio, embora a polícia inicialmente tenha considerado a possibilidade de uma dívida de drogas no valor de R$ 2 mil como causa do assassinato.
Pernambuco já havia sido preso duas vezes em 2024 por tráfico de drogas, mas não permaneceu detido por longos períodos. No dia do homicídio, as autoridades conseguiram identificar e prender todos os envolvidos por meio de imagens de câmeras de segurança, não divulgadas ao público.
A prisão do mandante foi possível poucas horas após o crime, graças à celeridade da investigação. Além do processo por homicídio, o caso agora se desdobra em novas frentes.
A Polícia Civil do Maranhão será notificada para abrir um inquérito por estupro de vulnerável, crime que, por envolver atos cometidos contra um menor de idade e ainda dentro do prazo legal, poderá ser apurado com base nos novos testemunhos.
A morte de Erik expõe não apenas a violência extrema, mas também o impacto de abusos prolongados e silenciados, que se arrastam por anos até culminarem em tragédias.
O caso levanta alertas sobre a importância da denúncia de crimes sexuais e da proteção efetiva a vítimas vulneráveis, especialmente quando envolvem relações assimétricas de poder e controle psicológico.
As autoridades seguem com as investigações, buscando justiça para a vítima e responsabilização dos envolvidos. Os nomes dos outros envolvidos não foram revelados.
