Uma mulher foi presa nesta quinta-feira (3) acusada de integrar uma quadrilha especializada em enganar idosos no Rio de Janeiro. Se apresentando falsamente como agente da Receita Federal, ela visitava vítimas nas Zonas Norte e Sul da cidade para aplicar fraudes.
De acordo com a investigação da 15ª DP (Gávea), o grupo agia desde fevereiro deste ano e já teria movimentado mais de R$ 7 milhões em valores obtidos por meio de golpes. Ao menos 60 pessoas foram lesadas pelo esquema nos últimos cinco meses.
A quadrilha iniciava o contato com as vítimas por telefone. Um comparsa da golpista ligava para os idosos fingindo ser um servidor público e alegava que havia um erro na declaração do Imposto de Renda de 2024.
Durante a conversa, o criminoso conseguia extrair informações pessoais, como a existência de joias, dinheiro em espécie e objetos de valor guardados nas residências.
Em seguida, o suposto agente informava que uma funcionária faria uma visita domiciliar para regularizar a situação fiscal. Era nesse momento que a mulher presa entrava em ação.
Ela se apresentava pessoalmente como funcionária da Receita Federal, com discurso técnico e postura convincente. Na abordagem, exigia a apresentação dos bens que estariam, segundo ela, em desacordo com a declaração.
Entre os itens recolhidos, estavam joias, eletrônicos e até obras de arte. Em um dos casos, a golpista chegou a levar um quadro original do artista Di Cavalcanti (1897-1976).
Além dos objetos de valor, ela solicitava transferências via Pix. A justificativa era de que os valores seriam utilizados para a quitação imediata da suposta pendência fiscal.
A prisão foi efetuada nas imediações do Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte da capital. A polícia continua as investigações para localizar outros envolvidos no esquema. Com a prisão da mulher, a polícia espera obter mais detalhes sobre a estrutura do grupo e identificar os articuladores.