Nas redes sociais, basta um vídeo curioso para transformar um desconhecido em fenômeno. E foi exatamente isso que aconteceu com Miguel, o adolescente de 15 anos que viralizou após ser filmado pregando em “línguas estranhas”, uma prática comum entre grupos pentecostais, mas que despertou curiosidade e polêmica em todo o Brasil.
Com milhares de visualizações, curtidas e comentários, Miguel se tornou o centro de uma avalanche digital. No entanto, o sucesso virtual não garantiu acolhimento no mundo real. Na noite de sábado, dia 3 de maio, durante o tradicional Congresso dos Gideões, em Camboriú (SC), o “profeta mirim” foi retirado à força do evento, o que gerou ainda mais repercussão online.
Em vídeos que circulam nas plataformas, Miguel afirma ter sido agredido por seguranças do local enquanto apenas tentava assistir às pregações. “Fui arrastado, tirado à força, pegaram no meu braço. Me agrediram dentro do ginásio”, declarou o garoto, visivelmente abalado.
Segundo ele, a abordagem foi truculenta mesmo diante de sua tentativa de manter a paz. “Eu só queria assistir, tratar bem as pessoas. Mas fui desrespeitado. Não quero escândalo, somos todos irmãos em Cristo”, disse, tentando justificar sua presença apesar da proibição oficial de que ele pregue em público, uma medida imposta após recomendação do Ministério Público por suposta exploração da imagem infantil. Veja vídeo:
Miguel estava na região desde o dia 29 de abril, e mesmo impedido legalmente de se apresentar como pregador, participou de encontros em diversas igrejas locais. A organização do evento ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas prometeu uma nota nesta segunda, dia 6 de maio.
Com mais de 100 mil pessoas reunidas em apenas um dia, o evento mobilizou forças especiais da Polícia Militar e gerou intenso movimento em Camboriú. E, em meio ao fervor religioso, o episódio envolvendo o jovem pregador evidencia os limites entre a fé, o fanatismo e a responsabilidade com a proteção de menores.
