O processo de luto da família de Juliana Marins, jovem brasileira que perdeu a vida após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, tem sido marcado não apenas pela dor da perda, mas também por uma série de obstáculos legais e institucionais.
Em busca de mais clareza sobre as circunstâncias da morte, os familiares deram entrada em um pedido judicial para que uma nova autópsia seja realizada, contando com o apoio da Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro, acionada com a intermediação da Prefeitura de Niterói.
O pedido foi inicialmente encaminhado ao Plantão Judiciário da Justiça Federal, que decidiu não deliberar sobre o caso, transferindo a responsabilidade para o juiz sorteado que acompanhará o processo de forma permanente.
Enquanto isso, o corpo de Juliana permanece na Indonésia, ainda sem previsão definida para o translado ao Brasil. A primeira autópsia, conduzida no Hospital Bali Mandara, foi realizada no dia seguinte ao resgate do corpo.
O laudo médico concluiu que a morte ocorreu devido a ferimentos graves e generalizados, como fraturas múltiplas e lesões internas nos órgãos torácicos, estimando que a jovem resistiu por cerca de vinte minutos após o impacto. No entanto, esse procedimento acabou gerando mais tensão entre os familiares.
A principal queixa veio da forma como as informações foram divulgadas. A família relatou que havia sido convocada ao hospital para receber o laudo oficialmente, mas, antes disso, uma coletiva de imprensa foi realizada, na qual o médico legista compartilhou os detalhes com a mídia.
O episódio foi descrito pelos parentes como desrespeitoso e desorganizado, agravando ainda mais o sofrimento já enfrentado. A situação expõe não apenas as dificuldades burocráticas enfrentadas pelas famílias de brasileiros que morrem no exterior.
A companhia aérea Emirates informou que o corpo de Juliana Marins será transportado da Indonésia para Dubai em 1º de julho e, em seguida, seguirá para o Rio de Janeiro no dia 2 de julho. A busca por justiça e respeito tem sido um novo capítulo da dor vivida por uma família ainda em luto.