Uma família viveu momentos de tensão ao embarcar por engano no avião da Voepass que, horas mais tarde, cairia em Vinhedo (SP) na sexta-feira (9), resultando na morte de 62 pessoas.
Um homem de 31 anos, que preferiu manter sua identidade em sigilo, relatou à CNN que ele, sua esposa e o filho de 1 ano embarcaram na aeronave em Guarulhos, acreditando que estavam a caminho de Cascavel (PR).
Esse foi o último trecho percorrido pelo avião antes do trágico acidente em Vinhedo. O ATR 72-500, de prefixo PS-VPB, pousou em Cascavel por volta das 11h18 e, cerca de 40 minutos depois, decolou novamente com destino a Guarulhos, mas não chegou ao seu destino final.
A família permaneceu por aproximadamente 30 minutos dentro do avião até perceber que havia embarcado no voo errado. O homem contou que esteve em contato com as comissárias de bordo que, mais tarde, perderiam a vida no acidente.
Ele explicou que, caso tivessem seguido com o voo até Cascavel, teriam que retornar a Guarulhos na mesma aeronave, o que os colocaria possivelmente entre as vítimas do acidente. “Era isso que ia acontecer se eu não tivesse escutado um dos passageiros falando que aquele voo estava indo para Cascavel”, relatou.
O destino correto da família era Rio Verde, em Goiás, mas o engano ocorreu devido à proximidade dos horários dos voos e ao fato de que ambos estavam embarcando simultaneamente.
Entre as possíveis causas da queda do avião, as condições climáticas são uma das hipóteses consideradas. Relatos de moradores de Vinhedo indicam que a aeronave perdeu sustentação e caiu em um “parafuso chato” de aproximadamente 4.000 metros em um minuto.
Falha de sistema no embarque
O homem relatou que o erro de embarque pode ter ocorrido devido a uma falha na conferência de seu bilhete por um funcionário da Voepass. Ele mencionou que o sistema parecia apresentar problemas, pois seu cartão de embarque não foi devidamente verificado e escaneado.
“Eu acredito que fiquei entre 30 e 40 minutos dentro do avião até a hora que eu descobri que estava no voo errado”, disse ele, ainda questionando se alguém da tripulação teria percebido o erro a tempo de evitar o embarque incorreto.
A 62ª vítima do acidente não constava na lista de passageiros por conta de uma falha técnica identificada pela empresa, relacionada à validação do check-in, verificação do embarque e contagem dos passageiros.