Nesta semana, uma reviravolta pode dar a enfermeira Lucy Letby uma chance única de se defender das acusações de homicídio das quais foi alvo em 2023. A britânica foi condenada pela morte de 7 recém-nascidos.
Entre os anos de 2015 e 2016, Letby trabalhou em um hospital na Inglaterra. Meses depois, Letby teve o nome associado a uma série de mortes de recém-nascidos, ficando conhecida no país como “enfermeira serial killer”.
Em 2023, a mulher foi condenada a prisão perpétua. Letvy sempre negou os crimes e alegou, ao longo do julgamento, que as mortes estavam associadas a outros fatores, como problemas de higiene do hospital.
No entanto, sua defesa não foi acatada e a mulher acabou condenada. Ao longo dos últimos anos, Letby já tentou recorrer da decisão em duas ocasiões, mas suas solicitações nunca nem sequer foram aceitas.
A situação, no entanto, pode mudar a partir desta semana. Isso porque 14 profissionais independentes revisaram as evidências do caso, após um pedido da defesa ao Criminal Case Review Commission.
A comissão é um órgão independente que promove análises de casos em que a condenação possa ser injusta. No caso de Letby, os 14 médicos concluíram que não existem evidências de que ela tenha, de fato, matado os bebês.
O neonatologista canadense Shoo Lee foi um dos responsáveis por analisar o caso. Em coletiva de imprensa, o especialista foi claro sobre a conclusão do grupo: “em resumo, senhoras e senhores, não encontramos nenhum assassinato”.
O relatório ainda aponta uma série de falhas graves do hospital, desde instalações até preparo do pessoal. “Eu diria que se este fosse um hospital no Canadá, ele seria fechado”, afirmou ainda o especialista canadense.
Agora, a defesa da enfermeira deve entrar com um novo pedido de revisão junto ao tribunal de recurso. No país, cresce na população um sentimento de injustiça contra a enfermeira, enquanto o caso divide opiniões.