Na noite da última terça-feira (27/05), um jogo válido pela última rodada da fase de grupos da Libertadores acabou marcado por um caso de xenofobia. O jogo foi entre Talleres, do Paraguai, e São Paulo.
A partida aconteceu no MorumBis, estádio do clube brasileiro, e acabou com a vitória do São Paulo. No entanto, as manchetes dos jornais foram majoritariamente sobre as ofensas sofridas pelo jogador Navarro.
O lateral do Talleres viveu um momento de revolta durante a partida. As imagens da transmissão mostraram que o jogador, que é venezuelano, ficou transtornado e chorou bastante durante a partida.
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Miguel Navarro, do Talleres, disse à polícia que Damián Bobadilla, do São Paulo, o chamou de “venezuelano morto de fome”.
Simplesmente absurdo.
Via: @FelipeGomesRuiz pic.twitter.com/RIOeMn1h0r
— Que Jogada! (@QueJogadaQJ) May 28, 2025
Depois da partida, abordado pela imprensa, Navarro explicou o que havia acontecido. O jogador afirmou que foi chamado de “venezuelano morte de fome”, durante um bate-boca com Bobadilla, do São Paulo.
“O Bobadilla me disse: “Vocês sempre fazem tempo (cera)”. E eu disse: “Que tempo, vocês estão ganhando?”. Aí ele me chamou de venezuelano morto de fome. E fiz a denúncia”, disse Miguel Navarro.
Horas após a denúncia e as imagens circularem pelo Brasil e pelo mundo, Bobadilla se pronunciou. Em vídeo, o jogador pediu desculpas e admitiu que fez ofensas contra o jogador venezuelano. O atleta culpou o “calor do jogo”.
https://twitter.com/SaoPauloFC/status/1927782148334923940/video/1
“Nunca tive a intenção de discriminar ninguém, mas no calor do jogo reagi mal. Quero pedir desculpas publicamente, se tenho a oportunidade de falar com ele individualmente peço desculpas também”, afirmou.
Ainda no Brasil, Miguel contou com apoio do Talleres e procurou a delegacia para denunciar o caso. O jogador venezuelano se comprometeu a levar o caso até as “últimas consequências”. Nas redes sociais, as imagens viralizaram.
Os casos de racismo e xenofobia em partidas da Libertadores é uma constante recorrente. Em muitos casos, os brasileiros são alvo ao visitarem países vizinhos, mas o mesmo lamentavelmente também aconteceu no Brasil.