O policial federal Wladimir Matos Soares, de 53 anos de idade, é uma figura central na denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) pelo suposto plano de golpe que forçaria Bolsonaro a assumir o poder após ter perdido as eleições ocorridas em novembro do ano de 2022.
O objetivo do plano era eliminar adversários políticos e teria o nome de “Plano Punhal Verde e Amarelo”. Áudios foram divulgados e mostraram que a estratégia incluía o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Alckmin e de Alexandre de Moraes, que atua como Ministro do STF.
A ação penal será julgada no Supremo na próxima terça-feira, dia 20 de maio. Através de uma mensagem enviada a seu advogado em janeiro de 2023, Wladimir declarou o seguinte:
“Estávamos prontos para sair matando. Empurrar e liquidar meio mundo”, declarou. Ainda nos áudios, ele critica Bolsonaro por não ter ‘pulso forte’ para impedir a posse de Lula.
Na gravação, é dito que se ele tivesse seguido o comando dos coronéis, a tropa toda apoiaria e que apenas os generais ‘emperraram a parada’. O policial ainda revelou planos para deter Moraes e confessou que o ministro deveria ter sido decapitado.
As informações chamam atenção. Wladimir usou seu acesso interno para mapear rotas e pontos vulneráveis da segurança presidencial, repassando esses dados aos cúmplices.
Os áudios, extraídos do celular do policial e submetidos à perícia da PF, também incluem conversas com o advogado Luciano Mendonça Diniz, que defendeu “dar um susto” no Judiciário para “dissolver” o STF.
A PGR imputa aos acusados crimes como associação criminosa, terrorismo e tentativa de homicídio contra autoridades. O resultado do julgamento no STF, marcado para os próximos dias, será um termômetro da resposta do Judiciário a ameaças à democracia.
