A trajetória de Haonê Thinar, hoje em destaque na novela “Dona de Mim”, da TV Globo, é marcada por superação e representatividade. Intérprete da personagem Pam, a atriz vem conquistando o público não apenas pela performance na ficção, mas por sua história de vida inspiradora.
Aos oito anos de idade, Haonê enfrentou o diagnóstico de osteossarcoma, um tipo agressivo de câncer ósseo. Diante do avanço da doença, optou pela amputação da perna direita como forma de preservar a própria vida.
Desde então, transformou a dor em força, construindo uma carreira que desafia padrões estéticos e sociais. A visibilidade que alcançou na televisão representa um avanço significativo para grupos historicamente marginalizados.
Haonê destaca a importância de ocupar espaços de destaque sendo uma mulher preta, com deficiência, mãe e profissional ativa. Para ela, normalizar corpos diversos nas telas é essencial para romper com estigmas e ampliar a representatividade.
A atriz enfatiza que pessoas com deficiência são parte integrante da sociedade e devem ser vistas atuando em todos os setores, inclusive no entretenimento. A projeção de Haonê cresceu após sua participação na peça “Meu corpo está aqui”, composta por elenco formado por pessoas com deficiência.
Foi nesse espetáculo que ela chamou a atenção da autora Rosane Svartman, responsável por incluí-la no elenco de “Dona de Mim”. Na trama, sua personagem vive um relacionamento conturbado com Danilo (Felipe Simas), que hesita em assumir publicamente o romance, situação que contrasta com a vida pessoal da atriz.
Fora das telas, Haonê é casada com o grafiteiro Bizzar e mãe de dois filhos. Em publicações nas redes sociais, ela compartilha momentos da rotina familiar e reflexões sobre amor, gratidão e superação.
Ela relata que a mudança em sua vida nos últimos meses tem sido intensa e transformadora, descrevendo o apoio do companheiro como essencial nesse novo capítulo.
Haonê Thinar reforça, com sua presença e voz, a urgência de um olhar mais inclusivo nas produções audiovisuais. Sua atuação na novela vai além da dramaturgia: representa um símbolo de coragem, esperança e diversidade.
Ao viver Pam, ela não só dá vida a uma personagem, mas também abre caminho para que outras histórias, muitas vezes invisibilizadas, ganhem espaço e reconhecimento.